Bordadeiras viajam de BH a SP para homenagear Dona Marisa

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“Muito amor envolvido em cada ponto”. É assim que Leda Leonel, líder do grupo Linhas no Horizonte, define um trabalho que envolve bordado e democracia. Foram dez horas de viagem de Belo Horizonte até São Paulo para um encontro com o ex-presidente Lula. O coletivo, formado por mulheres e homens, promove manifestações políticas através dos pontos.

“Tudo começou com a ideia de fazermos um café da tarde em Minas para dar muito carinho para Dona Marisa. Começamos a bordar uma toalha pra ela, mas durante o trabalho ela veio a falecer e hoje viemos entregar o resultado”, relatou Leda, em visita ao Instituto Lula. Após o sucesso do trabalho nas redes, o grupo passou a promover diversas manifestações culturais com seus bordados. Participaram de congressos, bordaram durante atos, protestos e desenvolveram trabalhos para eventos como a Parada LGBT de São Paulo. “Hoje bordamos política”, celebrou a bordadeira. 

Na toalha entregue a Lula na tarde desta quinta-feira (29), o ponto de 84 bordadeiras e bordadeiros. Cada um fazendo remissão a um período da vida do ex-presidente. Da cidade onde o ex-presidente reside, o município de São Bernardo, até o time de coração: o Corinthians. Mas a principal mensagem é marcada pela homenagem à memória de Dona Marisa, falecida em fevereiro deste ano. “Hoje somos conhecidas como as Marisas de Belo Horizonte, temos muito orgulho da luta dela como mulher e pela democracia”, conta Leda. 

Ao receber em mãos o presente, Lula celebrou a vida de Dona Marisa. “A gente pensa que as coisas acabam quando a gente morre. Mas a morte da Marisa fez ela ser maior. Todo lugar que eu vou pelo Brasil tem uma homenagem pra ela. Por isso temos a obrigação de disseminar a paz, o amor, o humanismo, e isso tudo vai vencer o ódio que eles estão pregando”, disse o ex-presidente.