Defesa de Lula quer saber quem enviou e-mail falso a instituto na véspera da condução coercitiva de Lula

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Os advogados que representam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva peticionaram ao juiz de primeira instância Sergio Moro para que sejam tomadas providências a fim de identificar a autoria e de onde partiu um e-mail falso que chegou a uma funcionária do Instituto Lula em março do ano passado, às vésperas da busca apreensão realizada no local e da condução coercitiva de Luiz Inácio lula da Silva para depor a policiais federais, ambas as ações autorizadas pelo juiz Moro.

É que o tal e-mail – que sequer foi aberto pela funcionária ao longo de meses – vem sendo sendo utilizado como justificativa para ações ordenadas por Moro e postas em prática por Polícia e Receita Federal, além de ter sido vazado para alguns órgãos de imprensa, ainda que se trate de documento sigiloso, apreendido pelos federais dos servidores do Instituto Lula.

A revista Veja, por exemplo, chegou a publicar a mensagem falsa, na íntegra, sem jamais ter apurado com antecedência se a pessoa que assina o e-mail efetivamente existe, muito menos ter entrado em contato com o Instituto Lula, para saber o que os destinatários daquela mensagem tinham a dizer. A mensagem, reproduzida pela Veja, é a que segue abaixo.

Como se nota, o próprio remetente admite que aquela é uma mensagem que não traz um nome verdadeiro para o seu autor, sendo, assim, um e-mail anônimo.

Segundo a mesma revista Veja, esta mensagem se tornou prova ou indício que agora baliza ações de autoridades federais: “Uma funcionária de Lula recebeu e-mail com outro comunicado: os telefones estariam grampeados. ‘Todo o cuidado é pouco’, dizia a mensagem.”

A Defesa de Lula quer que Moro determine que se encontre o autor da mensagem, para que se saiba a quais interesses ele servia. Veja a demanda da Defesa encaminhada a Sérgio Moro:

1. Seja oficiado à empresa “Yahoo do Brasil” para que forneça os registros de acesso, endereços de IP de origem, horários GMT de acesso e dados cadastrais fornecidos concernentes ao e-mail [email protected];

Após a resposta da empresa, requer-se:

2. Seja determinado que o respectivo provedor de internet informe todos os dados disponíveis do usuário que utilizou o referido IP no dia 03.03.2016 às 22h 17min 56s;

Após a disponibilização de tais dados, requer-se:

3. Seja dada nova oportunidade de manifestação a Lula, para os novos requerimentos cabíveis.

A partir de tais providências e com os esclarecimentos feitos, esperamos ver superado mais um elemento de perseguição a Lula, na evidente prática de “lawfare” do qual ele é vítima.