Golpe dentro do golpe: “Governo interino age como se fosse definitivo”, diz Lula

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta segunda-feira (20) com a comissão de pesquisadores de vários países montada pela LASA (Latin American Studies Association), que está no Brasil para analisar o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Lula apontou que o processo é um ataque contra a incipiente democracia brasileira, que vivia seu mais longo período contínuo na história da República. Além da inexistência de crime de responsabilidade que justifique, em um sistema presidencialista e de acordo com a constituição brasileira, o afastamento da presidenta, Lula apontou a motivação de vingança contra o PT de Eduardo Cunha a aceitar o processo e as articulações de setores da imprensa e do vice-presidente no ataque ao mandato recebido por Dilma nas urnas.

O próprio comportamento do governo interino, que age como se fosse definitivo, seria um “golpe dentro do golpe”. “Temer está agindo muito rápido para gerar a política de fato consumado. É muito diferente do comportamento que teve o Itamar (Franco) no impeachment do Collor.”

A comissão é formada por professores especialistas em América Latina nascidos no Brasil, Argentina, Colômbia, Jamaica e Reino Unido, que lecionam em universidades da Irlanda, Alemanha, Estados Unidos, Brasil, Chile e Colômbia.