Os procuradores da Operação Lava Jato querem impedir que os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravem seu depoimento diante do juiz Sérgio Moro, em Curitiba, a ser realizado no próximo dia 10.
Em manifestação assinada por Deltan Dallagnol e mais 12 membros do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR), ó órgão argumenta que uma eventual gravação feita pelos advogados de Lula poderia acabar por vazar para a imprensa e revelar detalhes indevidos do processo, inclusive falas entre o depoente e seus advogados, vindo a prejudica-lo.
É isso mesmo. Dallagnol e seus colegas querem proibir que Lula e seus defensores gravem seu depoimento e afirmam que, com isso, estão querendo proteger os direitos do próprio Lula. Veja trecho da manifestação do MPF-PR:
“A providência (gravação) poderia vir a revelar, de modo indesejável, conversas sigilosas mantidas entre advogados ou entre advogados e seus clientes, o que pode acabar por publicizar indevidamente estratégias adotadas no ato.”
Assim, após dezenas de vazamentos indevidos ocorridos no âmbito da Lava Jato, via de regra para veículos de imprensa conservadores, que utilizam os objetos de vazamento de maneira a prejudicar ainda mais os acusados da Lava Jato, agora, quando Lula ficará frente a frente com Sérgio Moro, Dallagnol e seus colegas mostram o zelo que possuem pela manutenção de informações processuais sigilosas, independentemente do fato de ser o depoimento de Lula público e aberto a todos os interessados.
O juiz Sérgio Moro deverá decidir sobre o caso nos próximos dias.