20% dos brasileiros se alimentam com sobras de carnes e frango, diz Datafolha

70% da população mudou os hábitos de compra, 61% buscam marcas mais baratas e 29% compram produtos perto da data de vencimento

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Sem dinheiro, famílias comem pele de frango em vez de carne

No país do desemprego, do enfraquecimento dos programas sociais, da inflação nas alturas e da volta da fome, grande parte das famílias faz malabarismo para sobreviver. Substituir alimentos por outros de menor qualidade tem sido uma das saídas.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta semana e que ouviu 2.556 pessoas em 183 cidades dá a dimensão do problema, resultado de uma série de retrocessos pelos quais o Brasil passa desde a saída do PT do poder.

Em reportagem publicada em destaque nesta quarta-feira, 03, a Folha de São Paulo, que contratou o levantamento, conta que quase 70% da população mudou os hábitos de compra, 20% dos brasileiros estão consumindo sobras de carnes, frango ou pele de frango, 61% buscaram marcas mais baratas e 29% compraram produtos perto da data de vencimento.

Além disso, 23% das pessoas ouvidas pelo instituto de pesquisa disseram ter comprado soro de leite em vez de leite, pontas de frios e feijão partido.

Entre os mais pobres o drama é ainda maior. Segundo o Datafolha, entre os que recebem o Auxílio Brasil, o percentual dos que comem sobras de carnes e substituem o leite por soro é de 31%, enquanto 36% compram feijão partido, pontas de frios e produtos quase com a validade vencida.

Três refeições por dia

Criador de políticas públicas que fizeram inclusão social jamais vista no Brasil e que levaram o Brasil a sair do Mapa da Fome da ONU, em 2014, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se mostrado indignado com a destruição de políticas voltadas aos mais pobres e com a volta da fome e a reinclusão do país na triste lista das Nações Unidas.

Em todos as manifestações públicas recentes, o ex-presidente destaca como prioridades o combate à fome e a garantia de que os brasileiros tenham ao menos três refeições por dia.

Em entrevista recente ao jornal Correio Braziliense, Lula afirmou: “Isso é um compromisso de vida. Conseguimos, com toda a sociedade, criar políticas públicas e promover inclusão social que tirou o Brasil do Mapa da Fome da ONU, e agora estamos de volta. Essas políticas públicas foram desmontadas, e a fome voltou. Não tem por que o Brasil ter milhões de pessoas, milhões de famílias e crianças passando fome. Nós vamos resolver isso, é a maior prioridade”.

As diretrizes do programa de governo do Movimento Vamos Juntos pelo Brasil também reafirmam o compromisso com a justiça social e inclusão com direitos, trabalho, emprego, renda e segurança alimentar para combater a fome, a pobreza, o desemprego, a precarização do trabalho e do emprego, e a desigualdade e a concentração de renda e de riquezas, como expresso na diretriz 8.