O programa Mais Médicos, que ajudou a fortalecer a atenção básica no Brasil e já beneficiou mais de 63 milhões de pessoas, segue ameaçado pela política de cortes do atual governo.
Segundo o ex-coordenador Hêider Pinto, que coordenou o programa no governo Dilma de 2014 a 2016, o Mais Médicos deixou de prestar o atendimento médico a 7,7 milhões de brasileiros, em decorrência da falta de contratação de profissionais.
De acordo com dados recentes do Ministério da Saúde, o número de médicos no programa não chega a 16 mil, em menos de 3.800 municípios (o programa chegou a ter 18.240 médicos em 4.058 municípios). “Depois de terem por mais de três anos médicos perto de suas casas, de segunda a sexta, essas 7,7 milhões de pessoas voltaram a não ter a quem recorrer. Agora, mais de 7 milhões de pessoas estão sem médico cubano e sem médico brasileiro. Vão ter que recorrer a um pronto socorro, às vezes na cidade vizinha, ou ficarão um tempão na fila, sofrendo até conseguir atendimento. Isso sem falar que a sua situação de saúde poderá piorar muito. Um retrocesso e absurdo inaceitável”, afirma Hêider, em entrevista ao VioMundo.
Para o ex-coordenador, o programa não é mais prioridade e o governo só não acaba de vez com o Mais Médicos porque sofreria muita pressão política. “Eu recomendo a todas essas comunidades que conquistaram a assistência com o Mais Médicos e, agora, estão desassistidas, que protestem, que façam muito barulho e denunciem mais esse absurdo desse governo de desmonte dos direitos e conquistas sociais.”, comenta.
Lançado em 2013 pela ex-presidenta Dilma Rousseff, o programa já foi considerado uma das boas práticas relevantes para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), segundo a ONU. Preparado para dar aos brasileiros mais pobres o acesso aos médicos que a classe média e os ricos sempre tiveram, o programa garantiu atendimento de saúde em localidades de todo o Brasil que antes estavam desassistidas. Em 2015, estima-se que 91 mil brasileiros deixaram de ser internados. O resultado foi graças ao trabalho de 18.240 médicos de mais de 40 países em 4.058 municípios brasileiros e 34 distritos indígenas.
“A ONU reconhece o Mais Médicos como ‘prática relevante’ para o alcance dos ‘objetivos do milênio’. Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e diversos estudos mostram aumento do acesso e da oferta de consultas à população. Há também pesquisas atestando a melhoria da qualidade do atendimento, alta satisfação dos usuários e melhoria dos indicadores de saúde”, reforça Hêider.
Com Lula e Dilma Rousseff, as ações de saúde se tornaram parte de uma estratégia de inclusão social para milhões de brasileiros em todos os cantos do país. Para saber mais sobre os avanços na saúde dos últimos 13 anos, acesse o site do Brasil da Mudança.
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