A destruição da floresta amazônica superou 8 mil km² pelo terceiro ano consecutivo. Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o acumulado de alertas de desmatamento, nos últimos doze meses, foi de incríveis 8.590 km². Os números alarmam especialistas que apontam que o desmatamento na Amazônia caminha para ficar incontrolável.
Entre janeiro e julho de 2022, o desmatamento já bateu o recorde do período. Foram 5.474 km2 destruídos, que correspondem à soma das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Goiânia, Florianópolis e Recife.
Gerente de Ciências do WWF-Brasil, Mariana Napolitano disse ao portal G1 que os números altíssimos apontam o panorama do desmonte ambiental do atual governo. “O que a gente vê agora com o fechamento do calendário de 2022 é uma forte associação ao desmonte de uma estrutura de governança e proteção territorial na Amazônia”, comentou. Por causa das variações climáticas, as estatísticas para calcular o intervalo de um ano levam em consideração o período entre agosto a julho.
Angela Kuczach, diretora-executiva da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, criticou veementemente a gestão bolsonarista, que consolidou uma explosão na destruição da floresta. “A causa para o aumento contínuo do desmatamento é o ambiente sem lei que virou o Brasil, especialmente nas áreas de conflito como Amazônia e Cerrado”, afirmou à reportagem.
Especialistas afirmam que a ação sistemática de destruição pode, em determinado momento, alterar o bioma e transformar a floresta em savana. A biodiversidade e serviços ecossistêmicos serão perdidos para sempre.
Há 20 anos, o Brasil passou por um forte processo de desmatamento que foi reduzido em 75% após ações eficazes do governo, como lembrou o ex-presidente Lula. “Quando nós chegamos ao governo, em 2003, tinha um forte desmatamento no país. Nós levamos dois anos preparando estruturas para que a gente pudesse tomar atitude de proteção ao meio ambiente, e aí nós diminuímos o desmatamento de forma seguida até a gente conseguir reduzir o desmatamento em 80%.”, disse.
“Só tem uma razão de eu ser candidato a presidente da República, é para tentar provar que esse povo pode voltar a ser feliz. Que o povo pode volte a sonhar com uma escola técnica, com universidade, em viajar, ir passear, de ter acesso a coisas interessantes, e que esse povo possa olhar um país que não faça desmatamento”, completou. O programa de governo da Coligação Brasil da Esperança é enfático na defesa da maior floresta do mundo: “É imperativo defender a Amazônia da política de devastação posta em prática pelo atual governo. Nos nossos governos, reduzimos em quase 80% o desmatamento da Amazônia, a maior contribuição já realizada por um país para a mitigação das mudanças climáticas entre 2004 e 2012. Já nos comprometemos com o futuro do planeta, sem qualquer obrigação legal, e o faremos novamente.”
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