Lula havia acabado de ser eleito para o seu primeiro mandato como presidente do Brasil quando revelou o desejo de visitar a periferia do Piauí, estado antes desdenhado pelos seus antecessores. Quando chegou à Vila Irmã Dulce, na Zona Sul de Teresina, no dia 10 de janeiro de 2003, foi recebido com festa pela população.
A partir de então, muita coisa mudou: o Piauí, hoje sob a tutela do governador Wellington Dias, tem o terceiro PIB com maior crescimento do país e se consolida como grande destaque regional. “A visita de Lula logo no início de seu governo é de uma simbologia muito grande. Quem governa tem que saber o que o povo enfrenta. Essa gente que está no comando do Brasil agora não tem sensibilidade alguma”, declarou a presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, durante ato com a presença de centenas de pessoas realizado pela Juventude do PT neste sábado (11) no bairro piauiense. O secretário Nacional da JPT, Ronald Sorriso, também marcou presença.
Gleisi também deixou claro que o ex-presidente, que tem o apoio de quase 70% da população local no pleito eleitoral, é o único plano do partido para voltar ao Palácio do Planalto e que a sua ausência nos debates é mais uma afronta às instâncias democráticas do país. “É injusto e ilegal. Alguém viu o debate na Band? Ficou claro que faltou um pedaço enorme do Brasil representado lá. Isso é justiça? Que tipo de democracia é esta? Vamos buscar de todas as formas apresentar o nosso plano de governo para a população, seja com debate na TV ou os paralelos realizados em nossas redes sociais. Eles não vão nos impedir de falar com o povo”, enfatizou.
Diante da insistência dos repórteres sobre um possível plano B em função das barreiras impostas ao ex-presidente pelo judiciário e imprensa, Gleisi mais uma vez foi incisiva: “Quanto mais nos atacam, mais Lula e o PT crescem. Lá atrás quando condenaram em primeira instância, já diziam que iríamos abandonar o Lula. Veio a segunda condenação e a gente continua com ele. Mas Lula não é apenas o nosso candidato. Ele é o nome da grande parte do país para assumir a Presidência”.
A afirmação tem o respaldo de todas as pesquisas eleitorais, o que, para Gleisi, justifica tamanha perseguição contra o ex-presidente e consequente prisão arbitrária e sem provas mantida desde o dia 7 de abril. “Eu sinceramente acredito que, se Lula estivesse livre e percorrendo o país com as suas caravanas, seria eleito ainda no primeiro turno. Essa é uma das razões para manterem ele preso. Ou seja, querem tentar ganhar novamente no tapetão”, completou.
Legado e preocupação
Em seu terceiro mandato como governador do Piauí, Wellington Dias fez parte das profundas transformações realizadas no estado a partir de 2003. De lá para cá, e com o apoio dos governos de Lula e Dilma, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) cresceu de 0,4 para 0,7 – sem contar o já citado crescimento do PIB. “Nós tomamos uma decisão no Piauí de seguir a política traçada desde o Lula. Com o apoio do governo central, as conquistas se multiplicaram. Por isso, quando a gente faz a defesa do Lula é porque vivenciamos a importância de suas políticas para o Piauí. É por isso que a maior parte da população está com ele. É um recado para o país”, avaliou.
Dias, no entanto, mostra-se preocupado com os retrocessos impostos por Temer. “Nós perdemos 73 mil postos de trabalho com Temer e a redução drástica de vários programas sociais como o Minha Casa Minha Vida. Estamos voltando a política de emendas e a retirada sistemática de direitos. Temos que barrar esses retrocessos”, concluiu.
Da Agência PT