O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Bolívia, Luis Arce, se reuniram na manhã desta segunda-feira (05/09) em São Paulo (SP) e discutiram a integração da Bolívia ao Mercosul, além da aproximação comercial dos países latino-americanos.
“Não cabe, da nossa parte, assumir compromissos de governo. Mas todo mundo sabe que se o Lula for eleito, e na minha opinião ele será, a nossa relação será muito boa. O presidente Lula se comprometeu, caso eleito, de acelerar a integração da Bolívia ao Mercosul, que é muito importante, inclusive, para as relações internacionais, com a Europa, com a China”, explicou o embaixador brasileiro, Celso Amorim, à imprensa após o encontro.
Para que a Bolívia volte a participar do bloco econômico é necessária a aprovação no Congresso Nacional dos países-membros. Segundo Amorim, parlamentares de Argentina, Paraguai e Uruguai já aprovaram, faltando apenas o Brasil colocar a questão em votação.
“Evidentemente que o Congresso é soberano, mas não tenho a menor dúvida de que Lula fará esse esforço. É muito importante para a Bolívia e importante para nós, porque a Bolívia no Mercosul também nos facilita o contato com todo o conjunto da Comunidade Andina, que ela também é membro”, disse o ex-ministro.
A Comunidade Andina é outro bloco econômico, esse formado por países que fazem parte da Cordilheira dos Antes: Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Argentina, Chile e Venezuela também podem fazer parte, por isso Amorim disse que é importante estreitar relações com membros do grupo.
O ex-ministro destacou ainda alguns fatores importantes no que diz respeito ao contexto do encontro entre Lula e Arce, como levar em consideração a quantidade de bolivianos que vivem em São Paulo e os projetos de cooperação que haviam no passado e que podem voltar a ser desenvolvidos entre os dois países no futuro, principalmente no combate à fome.
Outro assunto debatido na reunião, contou Amorim, foi o desenvolvimento sustentável da floresta amazônica, do qual os dois países fazem parte.
“A Bolívia é o único país da América do Sul que participa dos três grandes ecossistemas: Amazônia, Prata e Andina. Nem o Brasil, que é grande, nós não estamos nos Andes. Então, falou-se muito da integração e de trabalho na região, das possibilidades de investimento em infraestrutura e Amazônia”, completou.
