Lula: é preciso adequar a relação entre trabalho e capital ao século XXI

O objetivo é garantir direitos aos trabalhadores sem causar prejuízos a pequenas e médias empresas, diz o ex-presidente

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Lula: é preciso adequar a relação entre trabalho e capital ao século XXI

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa quinta-feira (15/09) que é necessário abrir um diálogo entre Estado, universidades, empresários e sindicatos para criar novos empregos na “era da tecnologia”, uma vez que os avanços reduziram a necessidade de mão de obra em diversos setores.

“Estamos ávidos com isso, nosso programa já estabeleceu que vamos fazer muita discussão. Vamos colocar universidades e empresários para discutir juntos com trabalhadores como é que a gente vai nortear a nova relação de capital e trabalho. Queremos algo mais moderno, civilizado, em que a gente não prenda o empresário à legislação de 1943, e nem libere o trabalhador para não ter nenhum direito e ser tratado muitas vezes como escravo”, completou Lula.

Lula explicou que seu projeto de governo tem como objetivo rediscutir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) sancionada em 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas, não voltando ao modelo do passado, mas adequar a realidade da relação de trabalho e capital ao século XXI.

A ideia, afirmou, é entender como funciona o mundo de trabalho hoje em dia para adequar direitos aos trabalhadores sem causar prejuízos a pequenas e médias empresas.

Aplicativos

Durante coletiva de imprensa em Montes Claros, norte de Minas Gerais, Lula falou que participou recentemente de uma reunião com o Governo da Espanha para discutir novas formas de trabalho. Em 2021, numa decisão inédita, governo espanhol, sindicatos e empregadores decidiram incluir na legislação trabalhista entregadores de aplicativos.

“Nós fomos aprender com a Espanha como a gente faz que essa gente tenha o mínimo de seguridade social, o mínimo de direitos, inclusive sentar na mesa com as empresas de aplicativos para que os trabalhadores conheçam os algoritmos e possam decidir como vai ser o trabalho deles. No Brasil nós temos um empresário invisível, ninguém sabe quem é”, criticou.