O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que a agricultura é imprescindível para o Brasil e que é preciso aumentar a produção de alimentos para reduzir os preços que estão fugindo do controle. Em entrevista coletiva no começo da noite de hoje (16/09), em Porto Alegre (RS), o ex-presidente defendeu também que a Conab reative a função de estoque regulador de alimentos não perecíveis para que o governo possa atuar para controlar os preços, quando esses alimentos estiverem caro no mercado.
“Acho que a agricultura é imprescindível para o Brasil. Inclusive, nesse instante em que os alimentos estão fugindo do controle de preço, é importante que a gente tenha clareza que a gente tem que aumentar a produção daquilo que é produzido pela agricultura familiar para que a gente tenha alimento mais barato. É preciso que a gente recupere a Conab e a Conab seja feita como era feita no nosso governo como se fosse um estoque regulador”.
O ex-presidente ressaltou que tanto a agricultura familiar quanto o agronegócio são importantes para o Brasil e que o país pode conviver, plenamente com uma forte agricultura familiar e um forte agronegócio. “Um planta mais para exportar. Outro planta mais para o mercado interno, e podem viver tranquilamente. Então, é assim. A gente vai voltar. A gente vai governar, a gente vai conviver com o agronegócio e com a agricultura familiar. Todos vão produzir porque o Brasil e o mundo precisam de todos”, declarou, destacando também que o país precisa de comida mais saudável, sem a grande quantidade de agrotóxico.
Lula voltou a dizer que não vai permitir desmatamento da Amazônia a pretexto de aumentar o território agricultável no país. “Temos muita terra, muita terra degradada. A gente não precisa tirar meio metro da Amazônia para ninguém plantar nada, muito menos do pantanal. (…) Cana-de-açúcar, soja, essas coisas não têm que entrar nos biomas que temos que preservar para o bem da humanidade”, disse, pontuando ainda que a palavra clima tem que estar junto de qualquer proposta de desenvolvimento de qualquer país do mundo. Ele afirmou, ainda, que não haverá garimpo em terra indígena nem corte de madeira onde não pode ser cortado.