A uma semana para o primeiro turno das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um comício neste domingo (25/09), na quadra da escola de samba Portela, no Rio de Janeiro, ao lado de lideranças como Eduardo Paes, prefeito da capital fluminense, da sambista Tia Surica, e de André Ceciliano, candidato ao Senado.
Na quadra azul e branco, Lula foi “coroado” com um chapéu pela presidenta de honra da Portela, a Tia Surica, acompanhada, no palco, pelo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marlon Lamar e Lucinha Nobre, que segurava o pavilhão da escola. “Eu já digo que ele é o nosso presidente! E ele vai ganhar no primeiro turno, se Deus quiser! Salve Lula! Obrigada, gente! É Lula no primeiro turno, se Deus quiser. A gente vai ter comida, bebida, aí que vai ter o nosso conforto que ele fez na gestão anterior”, disse Surica.
No discurso, Lula defendeu o legado do Partido dos Trabalhadores, quando ele e Dilma Rousseff governaram o país, que trouxeram investimentos para o Rio de Janeiro. E apontou o desmonte que o país sofre nas mãos de Jair Bolsonaro. Além de explicar como o Bolsa Família mudou a vida das pessoas, e como “apagou os candeeiros” com o Luz Para Todos, o ex-presidente defendeu que é preciso retomar o poder para recuperar a soberania nacional e preservar a floresta amazônica.
“Nós precisamos voltar a governar para poder transformar o Brasil num país soberano. A gente vai ter que dizer para a sociedade: não vai ter mais invasão em terras indígenas e ponto. Não vai mais ter garimpo ilegal e ponto. Não precisa desmatar. O presidente tem que ter credibilidade para quando ele falar, a sociedade entender e compreender que é sério”, afirmou ao público presente na Portela.
“Agora, esse cidadão que está aí tentar passar para a sociedade a ideia que é honesto, que os filhos dele são honestos, que o Queiroz é honesto? No meu tempo eu não queria controlar o Ministério Público ou a Polícia Federal porque eu quero a instituição do estado forte para garantir a democracia. No meu governo não teve sigilo”, criticou.
Em uma de suas primeiras medidas, o ex-presidente garantiu que irá acabará com o sigilo de cem anos que Bolsonaro impôs tanto em seus próprios documentos, como nas investigações daqueles que rondam seu círculo íntimo.
“Eu vou ganhar as eleições, tomar posse e acabar com o sigilo dele no primeiro mês. É simples assim. Ele fez por decreto, eu vou decretar o fim. Fim do sigilo, quem não deve não tem medo. Então, senhor Bolsonaro, você precisa parar de ser garganta, de ser arrogante e precisa saber que tem contas a prestar. Não só o conjunto de patrimônio [comprado com dinheiro em espécie], ele vai ter que explicar o orçamento secreto também. Então, ele vai ter que explicar algumas para sociedade brasileira”, afirmou Lula.
Eu prefiro rosas
O ex-presidente se mostrou otimista com a eleição que se aproxima, e que sua militância não precisa perder tempo conversando com bolsonaristas radicais para tentar virar o voto, e sim com aquelas pessoas que ainda estão em dúvida ou que não pretendem participar do pleito.
“Vá na urna votar para você tomar conta do seu país, para você tomar conta do Brasil. Eu vou precisar de vocês, a gente vai voltar a sorrir, a gente vai voltar a ter esperança. E dia 2 de outubro é o dia da gente dizer: os poderosos tentaram matar uma, duas ou 3 rosas, mas a primavera chegou! E ela chegou para ficar. A gente não vai mais exalar o cheiro de pólvora das armas que eles estão vendendo, a gente vai exalar o perfume das pétalas das rosas que esse país vai plantar”, completou.
Na quadra da escola
No evento, a presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hofmann, revelou o sonho que sempre teve de conhecer a quadra da Portela e lembrou com carinho do desfile que assistiu presencialmente. “Se a gente colocar nas urnas essa alegria e essa energia que vocês estão recebendo o presidente Lula, tenho certeza que no dia 2 de outubro vamos eleger Luiz Inácio presidente do Brasil”, disse ela.
Candidato ao Senado, André Ceciliano, disse que apenas o ex-presidente Lula será capaz de trazer de volta o tempo da geladeira cheia. “A gente precisa trazer esse tempo de volta. A gente precisa trazer de volta a alegria. Não ao ódio e sim ao amor. Não às armas e sim aos livros. A gente precisa trazer de voltar os investimentos do governo federal. A gente precisa gerar empregos e botar a comida na mesa das famílias.”