O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou gestores públicos, educadores e alunos a compartilhar com o PT experiências bem sucedidas na área da educação para reforçar os esforços pelo cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação. O convite para o engajamento no cumprimento das metas do PNE foi feito nesta sexta-feira (14) durante a abertura do ato Todo o PT pela Educação, que reuniu lideranças e militantes do partido para discutir o tema ao longo do fim de semana.
“Como pode em uma mesma cidade uma escola ser boa e a outra não? Será que são os alunos que são mais espertos? Como pode no Piauí, o estado com mais dificuldades do país, ter resultados na escola pública melhores que São Paulo? Temos de discutir, comparar, compartilhar e mostrar que este país não nasceu para ser atrasado”, afirmou Lula, para quem “atrasado é quem governa e pensa a educação para apenas 30% da população”. “Essa é a forma mais perversa de alimentar a desigualdade social”, completou.
Ao lado do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, do prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, da senadora Fátima Bezerra e do ex-deputado federal Angelo Vanhoni, relator do PNE na Câmara, além de representantes de entidades estudantis e de profissionais da educação, Lula relembrou que a desatenção com a educação é um problema histórico do Brasil.
“Quando chegamos ao governo e fizemos o Reuni, tinha reitor de universidade federal que não tinha dinheiro para cortar a grama. Fizemos o Fundeb porque, embora o governo anterior tenha universalizado o ensino fundamental, eles esqueceram que o jovem depois quer ir para o segundo grau. No Nordeste, nove estados não tinham ensino profissionalizante”, contou. O ex-presidente frisou que a solução para reverter esse atraso é o investimento do pré-sal, de cujos royalties 75% serão destinados à educação pública.
Antes da fala de Lula, a senadora Fátima Bezerra já havia alertado que há ameaça a essa iniciativa, por conta de projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP) que retrocede as regras de exploração do petróleo ao modelo anterior aos governos do PT. “Tratam-se de recursos muito valiosos e finitos, que deve servir ao futuro do país. Quando eles avançam contra esse reforço ao investimento na educação pública, não estão contra um partido, mas contra um projeto de país”, afirmou.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, também ressaltou que defender essas conquistas e o investimento futuro na educação é “uma missão de todos os brasileiros”. “A Pátria Educadora que queremos construir é uma pátria que promove a cultura de paz. Em que os conflitos são resolvidos sem violência, em que não há discriminação por sexo, cor ou classe social. Um país que valoriza sua cultura, e tem, por meio de suas manifestações culturais, alegria de aprender”, afirmou.