Em entrevista à radio Itatiaia, de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (29/08), o porta-voz de Luiz Inácio Lula da Silva e candidato a vice-presidente em sua chapa, Fernando Haddad, reafirmou que o Brasil tem a obrigação de cumprir a determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU – que assegura a Lula seu direito de ser candidato -, uma vez que o Congresso Nacional aprovou o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e seus Protocolos Facultativos. “A imprensa deveria levar à população a notícia que podemos cometer outra ilegalidade. A primeira foi o impeachment da Dilma sem crime de responsabilidade. A segunda é banir das eleições quem ganharia em primeiro turno”, disse Haddad.
O vice de Lula afirmou que diversos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já se manifestaram publicamente dizendo que tratados internacionais precisam ser respeitados no Brasil quando o Congresso Nacional os internaliza. “Se violarmos o direito de o cidadão votar em quem bem entende, estaremos desrespeitando o ordenamento jurídico internacional”. Haddad lembrou que, nos governos petistas, as ordenações da ONU nunca foram desobedecidas, porque isso rebaixaria o país internacionalmente. “Temer é desconsiderado lá fora. O país empobreceu enquanto líder. A chancelaria brasileira, assumida por um tucano – primeiro foi o Serra, agora o Aloysio Nunes -, fez a política externa desaparecer. Hoje, o Brasil não tem relevância internacional”, comparou Haddad.
O ex-ministro da educação de Lula lembrou que as gestões de Lula e de Dilma geraram 20 milhões de empregos, investiram pesado na educação e nunca deixaram faltar dinheiro para o tucano Aécio Neves governar Minas Gerais. “Se não resgatarmos o projeto de desenvolvimento com inclusão, não vamos sair da crise. Por isso, estou aqui para denunciar o que está acontecendo. Estou aqui pra representar Lula e fazer chegar ao povo mineiro as propostas do Lula e reinstalar a República no país. Os mineiros querem votar em Lula. Entendem que é a melhor pessoa para resgatar a dignidade do povo”.
O candidato a vice na chapa do PT reafirmou o compromisso, registrado no Plano Lula de Governo, de retomar obras públicas paradas para fazer a economia girar. “Obra parada custa duas vezes, porque se deteriora. Não é inteligente paralisar obras. Hoje, temos 40 mil casas do Minha Casa Minha Vida em todo o país paradas. E o povo sem teto e pagando aluguel caro”, afirmou o ex-ministro. Ele ainda criticou o teto de gastos imposto por Temer. “O governo Temer confunde gastos com investimentos. Você formar alguém é gasto?”, perguntou. Outra medida vai ser enquadrar o sistema bancário para baixar juros. “Quanto mais o banco cobrar juros, mais imposto ele vai pagar”, disse Haddad. Com isso, segundo ele, o trabalhador vai poder limpar seu nome, fazer crediário, abrir um negócio e gerar emprego. Haddad citou ainda a reforma tributária pretendida pelo novo governo, que vai isentar do Imposto de Renda aqueles que ganham até cinco salários mínimos.