No último domingo (2/9), o país assistiu ao incêndio de seu mais antigo museu, fundando por D. João VI em 1818. O Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro contava com o maior acervo de história natural e antropologia da América Latina, um dos cinco maiores do mundo. Eram mais de 20 milhões de itens catalogados.
Mais uma vez, as políticas de cortes de investimentos sociais e de austeridade fiscal fazem vítimas. O congelamento dos gastos na educação pelo período de 20 anos, imposto pelo governo ilegítimo de Temer com o apoio do PSDB, tem consequências irreparáveis. O custo orçamentário anual para a manutenção do maior museu do país era de irrisórios R$ 520 mil, ou R$ 43 mil mensais. Mesmo assim, o valor repassado diminuía a cada ano, devido à crise econômica da UFRJ, estrangulada pela falta de verbas do governo federal e pelo corte de incentivos e fomentos ao ensino e à pesquisa promovido pelo apagão de Temer na educação.
A universidade buscava fontes suplementares de recursos, incluindo um financiamento pelo BNDES no valor de R$ 20 milhões para a revitalização do museu. Não deu tempo.
Até abril de 2018, haviam sido repassados apenas R$ 54 mil reais ao museu – o equivalente a R$ 13.500 por mês. O salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal, após o aumento de 16% concedido por Temer na última semana, é de R$ 56 mil.
As perdas são irreparáveis e incluem o fóssil de Luzia, o mais antigo esqueleto das Américas (com 11.500 anos de idade), o meteorito de Bendegó (o maior já encontrado no país, de 1784), esqueletos de dinossauros e milhares de documentos originais de centenas de anos.