Tem gente que acha que falar em matar petista no Acre é “brincadeira”. A história mostra que não é: o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes é um exemplo disso. Entretanto, a força das ideias de igualdade, justiça e inclusão social é tão grande que nem as balas podem calar. O Partido dos Trabalhadores, no Acre, derrotou nas urnas a política do coronelismo, da violência e do atraso. O PT derrotou também político que matava gente com motosserra e provou que a esperança é maior que o medo.
A relação de Lula com o Acre é antiga. Os primeiros contatos que o ex-presidente teve com o povo acreano foi pelas mãos de ninguém menos que Chico Mendes. O sindicalista, que liderou um grupo de seringueiros contra a exploração descontrolada promovida por fazendeiros e madeireiros, conheceu o líder das greves dos metalúrgicos do ABC, em 1980. Viraram amigos e juntos fundaram o PT. Oito anos depois desse primeiro encontro, o ex-presidente faria sua visita mais triste ao Acre para enterrar Chico Mendes, assassinado a tiros em Xapuri (AC), na frente de sua casa e de sua família, por fazendeiros da região incomodados por seu ativismo e pela repercussão de suas denúncias.
No velório do sindicalista, Lula fez um discurso histórico e emocionante. “Precisamos transformar cada palavra do Chico numa profissão de fé por esse país. Daqui a pouco, o que o Chico falava aqui vai ser discutido no agreste de Pernambuco, na favela de São Paulo, na fábrica. Nós devemos eleger aqui Chico como mártir da classe trabalhadora. Porque ele dedicou 44 anos da sua vida a lutar pela liberdade dos trabalhadores”, disse Lula sobre o amigo, cujo nome fez figurar no Livro dos Heróis Brasileiros quando se elegeu presidente da República pela primeira vez.
Desde 1998, o governo do estado do Acre é ocupado pelo PT: foram dois mandatos de Jorge Viana, um de Binho Marques e dois de Tião Viana. Há 20 anos, o PT assumiu o governo do estado e conseguiu reduzir drasticamente os números de violência do estado, sendo crucial para desbaratar o crime organizado e a quadrilha de extermínio chefiados pelo então deputado Hildebrando Pascoal, conhecido como “o deputado da motosserra” pela maneira como mandava matar seus adversários. Pascoal e seus comparsas foram presos e o PT instaurou um novo jeito de governar, que fez o estado do Norte crescer economicamente de forma sustentável, e deu qualidade de vida e educação para a povo.
O povo do Acre ao abraçar o jeito PT de governar já derrotou políticos que acham que matar quem não pensa como eles é a solução, venceu fazendeiros acostumados a resolver os problemas à bala e honrou o nome de alguém que deu sua vida para libertar os trabalhadores da opressão, Chico Mendes.