Em entrevista coletiva concedida à imprensa internacional nesta quarta-feira (10/10), o candidato à presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, afirmou seu compromisso de “fazer uma campanha propositiva e demarcar as diferenças entre projetos”. O candidato enfatizou que “o futuro do Brasil está em jogo e ninguém pode ser eleito sem apresentar as suas propostas ao povo”.
Haddad afirmou, por outro lado, que seu adversário “precisa participar dos debates” e se disse “disposto a ir até uma enfermaria se for preciso para debater o Brasil”.
O candidato da coligação “O Povo Feliz de Novo” explicou que sua candidatura já conseguiu, até o momento, o apoio de dois importantes partidos para a decisão no segundo turno – o PSOL e o PSB -, e que está em tratativas com o PDT, de Ciro Gomes. Haddad afirmou que, caso consiga congregar esses partidos progressistas, estará dando um recado importante para o país. “Temos confiança que teremos o apoio de todos os democratas do campo popular. Aqueles que defendem direitos sociais, direitos trabalhistas, direitos civis e direitos políticos”, afirmou o petista.
Ele ressaltou que o Brasil não pode perder a oportunidade de dar um basta na escalada de violência que o país está vivendo. “A violência tem que parar e tem que ser pelo voto. Temos que responder com cidadania, civilidade e democracia. Violência não se responde com violência”.
O presidenciável pela coligação que reúne PT, PCdoB e PROS reafirmou que buscará fazer uma repactuação da grande política com a cidadania. Perguntando sobre como fazer para que as pessoas voltem a ter confiança na política, Haddad afirmou a necessidade de serem feitos gestos pela classe política em geral, para refazer os pactos que fundamentam a República e a sociedade.
O candidato destacou, ainda, que as pessoas têm falado muito de direitos trabalhistas e sociais, mas, em sua opinião, os direitos civis e políticos também estão ameaçados “por essas forças” que encontraram espaço na política nacional.
Economia
Sobre política econômica, o candidato do PT esclareceu que seu ministério da Fazenda não terá um banqueiro como ministro, mas alguém comprometido com a produção, com a geração de emprego.
Já sobre o mentor de economia de seu adversário, Paulo Guedes, Haddad disse que sua política é a de aprofundar a agenda Temer. “É o Temer piorado. Nossa proposta é aumentar o poder de compra do brasileiro, reduzindo a carga tributária de quem ganha menos e cortando os juros cobrados pelos bancos”, disse.
Haddad ainda ressaltou que não precisa mentir sobre seu adversário Bolsonaro, “só precisamos falar a verdade. Já ele, precisa inventar mentiras sobre nós todos os dias”.
Ao responder sobre sua proposta de política externa com a América do Sul, o candidato petista afirmou que o rearranjo da geopolítica exige mudanças rápidas e integração e que a saída para a crise é mais cooperação. “Iremos integrar os países da região com mais força do que já fizemos até aqui”, explicou.