A imprensa não relembrou a data. Não fez matéria e tratou como se não fosse nada demais.
Mas ontem fez 3 anos que o ex-juiz Sergio Moro cometeu um crime a luz do dia, divulgando um grampo ilegal de uma conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então presidenta Dilma Rousseff. A ação de Moro foi um ato ilegal cometido a luz do dia, perdoado pelo Tribunal Regional da 4º Região sob o argumento, baseado no jurista nazista Carl Schmitt, de que a Lava Jato seria uma “ação excepcional”, que não precisaria seguir as leis. Três anos depois, Moro é ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, e o procurador Deltan Dallagnol assinou um acordo ilegal com o governo americano e a Petrobrás para uma fundação ligada à Lava Jato tomar 2,5 bilhões de reais da Petrobras.
A conversa, que não tinha nada demais, foi tratada como escândalo pela TV Globo para impedir a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. Foi essencial par ao golpe e a implosão da democracia no Brasil. Se Lula tivesse sido nomeado ministro, provavelmente não teria tido o golpe do impeachment, nem governo Temer, nem reforma trabalhista.
Foi permitido que Moro julgasse Lula, mesmo tendo cometido um crime contra o ex-presidente, sua família (que teve conversas particulares divulgadas) e seus advogados (que foram grampeados e monitorados pela Lava Jato). Sem prova e sem crime, Moro condenou por “atos indeterminados”. Mas os atos dele contra Lula e a democracia brasileira foram muitos e bem determinados.