O Instituto Lula tem recebido muitos velhos amigos nestes primeiros dias depois que o STF considerou ilegal a prisão do ex-presidente. Lula saiu de 580 dias de cárcere afirmando que voltou com muito mais vontade de trabalhar pelo país. E tem cumprido a promessa com uma carga horária pesada em discussões dedicadas a pensar um Brasil com a volta do emprego, da soberania nacional e da dignidade do povo.
Nesta terça (12), uma das visitas foi de José Graziano da Silva, ex-diretor-geral da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. No Brasil, foi ministro extraordinário da Segurança Alimentar e Combate à Fome, e notabilizou-se pela criação do Bolsa Família. O pai de Graziano, José Gomes da Silva, já era um velho conhecido da casa. Ele trabalhou na época do Governo Paralelo (no mesmo imóvel onde hoje funciona o Instituto Lula) e colaborou no Projeto Fome Zero, que traçou as bases do Bolsa Família.
O trabalho de Graziano ficou notório pelo estrondoso sucesso do Bolsa Família, mas foi muito além dele. Na esteira de Graziano, o Brasil implementou projetos de desenvolvimento local como o Programa Aquisição de Alimentos e o Programa Alimentação Escolar. A partir deles, o governo garantia a compra da safra de produtores locais — alimento saudável que era distribuído nas escolas próximas. A ideia deu tão certo que virou referência mundial. Vários países visitaram o Brasil para aprender os segredos da tecnologia nacional de combate à miséria. Na FAO, Graziano implementou o PAA África, que passou a apoiar a produção local e a alimentação escolar em diversos países do continente.
O trabalho de Graziano e o do Instituto Lula estão mais importantes do que nunca. Após o golpe que tirou a presidenta Dilma do governo em 2016, o Brasil voltou ao Mapa da Fome e o número de miseráveis já atingiu o nível recorde de 13,5 milhões de brasileiros.