O Brasil tem conseguido importantes avanços nesses últimos 11 anos no campo dos direitos humanos. “As reformas têm conseguido vencer disputas importantes, mesmo com limitações, mas sempre avançando em uma senda reformista”. A opinião é de Paulo de Tarso Vannuchi, diretor do Instituto Lula, ex-ministro de Direitos Humanos no governo do ex-presidente e que em janeiro assume um assento na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica.Paulo Vannuchi concedeu entrevista nesta sexta-feira a Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, no programa entrevistaFPA desta sexta-feira, 1º de novembro. Vannuchi disse que não concorda com a opinião de que o Brasil é um país conservador, justamente porque os avanços recentes provam o contrário. “Como explicar que um país conservador tem o maior programa de distribuição de renda do mundo, que é o Bolsa Família. Há conservadorismo, sim. Mas ao mesmo tempo você consegue ganhar as eleições mesmo contra a força da grande mídia”, destacou.
Para o ex-ministro, Lula representa o momento em que a fome foi colocada como questão central nos direitos humanos. “Sem isso resolvido, você não luta por direito nenhum”, resumiu. As conquistas no combate à fome e à miséria colocaram o Brasil presente como nunca na agenda internacional, o que valeu também alguns ataques do pensamento conservador.
Natural de São Joaquim da Barra (SP), Vannuchi foi ministro Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República de dezembro de 2005 até o final do governo Lula, em 2010. Preso político pelo governo militar, é o principal responsável pelo Programa Nacional de Direitos Humanos. Tem formação em jornalismo, com mestrado em ciência política, e também é membro do Conselho Curador da FPA e faz parte da diretoria do Instituto Lula, responsável pelo projeto do Memorial da Democracia. É também analista político da TVT e da rádio Brasil Atual.
Na próxima semana, a entrevista de Paulo Vannuchi será publicada na íntegra no canal da Fundação Perseu Abramo no Youtube.
