O ex-chefe de gabinete do ex-senador Delcídio do Amaral, Diogo Ferreira, prestou depoimento nesta sexta-feira (15) na Justiça Federal de Brasília. O interrogatório diz respeito a ação penal em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também é acusado de tentar obstruir a Justiça por, supostamente, de acordo com delação premiada de Delcídio, ter pedido ao ex-senador que “trabalhasse” para que o ex-executivo da Petrobras Nestor Cerveró não assinasse um acordo de delação. Interrogado no mesmo processo, na última quarta-feira, o próprio Delcídio não foi capaz de sustentar sua tese.
Nesta sexta-feira, Diogo Ferreira admitiu ter intermediado – por ordem de seu chefe Delcídio Amaral – pagamentos para auxiliar a família de Nestor Cerveró. Já em relação ao ex-presidente, disse jamais ter ouvido qualquer menção do ex-senador ou de quem quer quer seja sobre qualquer suposto envolvimento, ordem ou pedido de Lula no episódio.
O depoimento foi feito por Diogo como réu em ação que apura o caso. Assim como seu ex-chefe, Diogo Ferreira fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
As declarações do ex-assessor evidenciam mais uma vez que não há provas nem base para a acusação de que Lula teria “chefiado uma organização criminosa” para comprar o silêncio de Nestor Cerveró, tese encampada por Delcídio quando ainda estava na cadeia e buscava assinar um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Após ter feito esta afirmação, de envolvimento de Lula no esquema de obstrução, ele conseguiu sair da prisão.