O ex-diretor-geral da Polícia Federal e da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) Paulo Lacerda depôs nesta quarta-feira (15) para o juiz Sérgio Moro, na ação penal que corre em Curitiba e que investiga o “tríplex do Guarujá” e o pagamento do armazenamento do acervo presidencial de uiz Inácio Lula da Silva.
“Nunca tive interferência, ao contrário, sempre tive autonomia e apoio para atuar”, disse o ex-comandante. Paulo Lacerda relatou que, no governo Lula (2003-2010) houve investimento e reforço dos meios de investigação para a Polícia Federal, inclusive com a construção de uma nova sede para a instituição e com a abertura de concursos que praticamente dobraram o efetivo da corporação.
Na opinião de Lacerda, foi no governo Lula que a PF começou a fazer grandes operações, nos moldes das que hoje se tornaram comuns. A testemunha citou a Operação Sucuri (2003) como a pioneira, que investigou policiais federais corruptos. A Sucuri identificou crimes inclusive do chamado “japonês da Federal”, policial símbolo da Lava Jato, e que já foi afastado e detido no meio da operação.
Segundo ele, a ABIN nunca teve informações a respeito de um cenário de “macro-corrupção” na Petrobrás, toericamente tendo como “grande general” o ex-presidente Lula, como querem fazer crer os procuradores federais da Lava Jato. Lacerda afirmou também desconhecer o envolvimento do ex-presidente em quaisquer desvios, desmentindo o que alega o Ministério Público.
Quando Moro perguntou a respeito do mensalão, Lacerda esclareceu que jamais houve orientação do ex-presidente para que as investigações não ocorressem.