Os procuradores da operação Lava Jato levaram nesta sexta-feira (26) quatro testemunhas de acusação para audiência de processo que corre na 13° Vara Federal de Curitiba, que apura se a construtora Odebrecht teria adquirido um imóvel para o Instituto Lula. A própria acusação reconhece que o imóvel nunca foi usado pelo Instituto.
As testemunhas têm duas coisas em comum: todas assinaram acordos de delação premiada com a Justiça e todas não puderam contribuir em nada para esclarecer os temas que são objeto do processo. Foram elas: Nestor Cerveró, Alberto Youssef, Fernando Soares e Milton Pascowitch.
Juntos, os depoimentos não chegaram a durar uma hora. A própria procuradora da força-tarefa da Lava Jato presente na audiência sequer mencionou os objetos da denúncia: o tal imóvel que a Odebrecht pretenderia um dia doar ao Instituto Lula e um apartamento alugado pelo ex-presidente, mas que na tese da acusação seria um patrimônio oculto da família Lula da Silva.
Ao inquirir suas testemunhas, a procuradora resumiu-se a questionar se elas tinham conhecimento de propinas pagas pela Odebrecht no âmbito de de contratos da Petrobras para a construção de refinarias.
A única das testemunhas a citar os imóveis objeto da denúncia foi Nestor Cerveró, que só o fez quando foi perguntado pela Defesa de Lula se tinha qualquer conhecimento a respeito dos imóveis. A resposta foi enfática: “Eu não tenho o menor conhecimento sobre isso”.
Assim resume Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente, a audiência desta sexta em Curitiba: “As testemunhas que foram arroladas não sabiam nada sobre o assunto, reforçando o caráter frívolo das acusações”.