“Um cara que sai de Garanhuns para não morrer de fome aos 7 e anos e vira presidente. O que eu quero mais da vida? Não tenho o direito de desanimar”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (20), em entrevista ao programa Na Sala do Zé, do jornalista José Trajano. Lula voltou a afirmar que confia que a justiça será feita em alguma instância. “O dia que eu deixar de acreditar na Justiça vou fazer revolução. Tenho essa tranquilidade de que ela virá em outras instâncias”, ponderou.
“Eu tinha vontade de comer aquelas maçãs argentina e nunca roubei na feira pra não envergonhar minha mãe. Eu desafio achar um empresário nesse país que diga que o Lula pediu cinco reais”, disse o ex-presidente.
Aos jornalistas José Trajano, Juca Kfouri e Antero Greco, o ex-presidente ressaltou o caráter político da investigação e da sentença do juiz de primeira instância Sérgio Moro – que decretou também o bloqueio de bens de Lula. “Eu não fiquei incomodado com a sentença porque falei no dia do meu depoimento que ele (Moro) estava refém do pacto que ele fez com a imprensa. Já esperava”, declarou.
Lula reiterou seu respeito aos instrumentos de combate à corrupção, fortalecidos durante os governos do PT, isolando sua crítica à Lava Jato. “Eu era presidente, estava na Índia, quando soube que a Polícia Federal ia invadir o quarto e cozinha do meu irmão porque ele falou no telefone com um amigo de um bicheiro e não impedi. Quem criou o mecanismo da autonomia do MP foi o PT”, lembrou.
Perua
Lula comentou a decisão do juiz pelo bloqueio de bens, que excluiu o confisco de uma F1000, comprada pelo ex-presidente para a campanha de 89. “O Moro foi condescendente comigo porque ele me deixou a perua. Inclusive ela até foi roubada. Espero que eles achem ela”.