O preço dos alimentos não para de subir. A inflação descontrolada pesa mais no bolso dos mais pobres, e uma ida ao supermercado é cenário de terror para boa parte das famílias brasileiros. Os grandes responsáveis? A gestão econômica desastrosa de Bolsonaro e Paulo Guedes e o fim dos estoques reguladores de alimentos.
Como já explicamos, a inflação funciona em efeito dominó e, quando dispara, leva todos os preços e itens básicos e subir junto com ela. Ela também consome o poder de compra da população, levando a um ciclo interminável de miséria e fome.
O aumento de itens de hortifruti em todo o Brasil no último ano assusta. A cenoura subiu 121,18% em 12 meses, na média nacional; o mamão papaia subiu 61,67% em 12 meses e o tomate subiu 55,87% em 12 meses. Os dados foram coletados pelo IPC-10/FGV e são de 28 de março de 2022. O itens deveriam fazer parte da alimentação diária do brasileiro e sua falta traz um impacto muito negativo na saúde no bem-estar do nosso povo.
A importância dos estoques reguladores
Durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, a situação era bem diferente. O governo controlava o preço dos víveres por meio dos estoques públicos de alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que são, em linhas gerais, uma maneira de o Estado proteger agricultores e consumidores dos riscos inerentes das atividades agrícolas (chuvas, secas, geadas, estiagem). Os estoques reguladores cumpriam uma função importante na garantia de compra dos grandes e pequenos produtores e também de revenda.
A formação de estoques públicos estratégicos é uma forma de o Estado “proteger” os preços dos alimentos, ou seja, sempre que havia escassez de determinado alimento no mercado, os estoques públicos eram utilizados para regular os preços: mais cenouras disponíveis para a compra significa cenouras mais baratas.
Sem os estoques públicos, todo mundo fica suscetível às intempéries do clima e também do mercado, além da má administração do governo, o resultado é o que temos agora: inflação nas alturas e o preço dos alimentos também disparado.
Com Lula e Dilma, a agricultura familiar passou a ser prioridade, com programas como o PAA e a valorização da agricultura familiar. Em julho de 2010, a Conab chegou a ter mais de 5,5 milhões de toneladas de milho armazenadas. Em 2012, eram 1,5 milhão de toneladas de arroz armazenadas.
A destruição de Bolsonaro
Não é novidade pra ninguém que Bolsonaro odeia a agricultura familiar. Em 2019, o governo fechou 27 unidades armazenadoras da Conab dentro do dito programa de “modernização e revitalização”. A ironia é que, a longo prazo, como estamos vendo, essa medida está prejudicando até mesmo o agronegócio, mas quem sempre sofre primeiro são as pessoas mais pobres, que se veem privadas de comer itens básicos por causa dos preços abusivos ou da escassez.
Além de controlar a oferta e demanda, a Conab tem expertise para cumprir o papel de apoio à agricultura familiar e operacionalizar uma política de segurança alimentar e nutricional. Hoje, no Brasil, por uma série de fatores que passam pela pobreza e o aumento do desemprego, temos pelo menos 19 milhões de pessoas passando fome e 116,8 de brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar. Essa situação poderia ser menos grave se o governo Bolsonaro não tivesse trabalhado contra os estoques públicos e a própria Conab.
Não é difícil recuperar o Brasil, é preciso experiência e vontade política. Bolsonaro não tem nenhuma das duas coisas, está cheio somente de promessas não cumpridas e de mentiras, sua principal arma de trabalho. Enquanto ele mente, o povo sofre para fechar as contas do mês e não consegue mais se alimentar com qualidade e viver com dignidade.
Nesta quinta-feira (07), Lula concedeu entrevista à Rádio Jangadeiro BandNews, de Fortaleza, e falou, dentre outros assuntos, sobre as medidas que devem ser tomadas para conter a inflação, um dos grandes problemas do Brasil atual.
Para Lula, é preciso ter previsibilidade, credibilidade e colocar a economia para andar. Somente assim será possível controlar a inflação. Ele também chamou atenção para o fato de que a inflação atual não é gerada pelo consumo da população, mas pelos preços administrados pelo governo, como a energia elétrica, a gasolina o diesel, o gás, preços que o governo poderia controlar.