Em um encontro na manhã de hoje, 3, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o apoio do Solidariedade e seus dirigentes. Durante seu discurso, ele falou sobre sua experiência tanto no governo como nas diversas disputas presidenciais das quais participou, e o que precisa ser feito para que o Brasil saia da crise econômica e social em que se encontra.
“Hoje não é dia de discurso, é dia de agradecimento. Quero agradecer o apoio de vocês, não é tão fácil mudar as coisas, a gente sabe que o jogo é pesado”, afirmou Lula. “Eu não penso que já ganhei as eleições. Porque se tem alguém nesse país que tem experiência em eleição presidencial sou eu. Já perdi muitas, já ganhei outras, já achei que tinha ganho e perdi, já achei que tinha perdido e ganhei.”
O ex-presidente voltou a ressaltar a necessidade de eleger uma grande bancada, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, para que as políticas que podem mudar o Brasil, recuperar a economia e recolocar o país no caminho do desenvolvimento, possam ser discutidas e aprovadas com civilidade.
“Nós temos que ter em mente uma coisa. A gente tem que eleger uma maioria de deputados, de senadores comprometidos com o discurso que está aqui. ”, disse.
Lula também disse que sua campanha não ficará restrita à internet: “Quem quiser ficar nas redes sociais, que fique. Eu vou viajar o Brasil para conversar com o povo brasileiro”.
Frente ampla
O deputado federal e presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, afirmou que a união dos partidos em torno de uma frente ampla contra o atual governo é imprescindível, para tirar muitos brasileiros da situação desesperadora em que se encontram.
“Precisamos tratar do Brasil, nunca teve tanta gente morando na rua, tanta gente desempregada, a inflação voltou. Precisamos juntar forças para reconstruir o Brasil, não só com os partidos, mas unir os brasileiros. Precisamos voltar a ter uma política do salário mínimo, ter reajuste para os aposentados, resolver o desemprego e retomar o crescimento econômico”, declarou.
Em seu pronunciamento, a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, agradeceu ao Solidariedade pelo apoio e reafirmou o compromisso de lutar pelo povo a partir da eleição de outubro.
“Quero cumprimentar o Paulinho, que tem sido uma grande força na construção desse movimento a favor do Brasil e do povo brasileiro. Essa unidade que estamos construindo é muito importante para o país, para o presente e para o futuro próximo. Não podemos deixar que o país continue tomado pela arma, pelo ódio, pela ignorância, pela ineficiência e contra o povo brasileiro”, disse.
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), também comemorou a união. “É pela solidariedade que a gente entende outra pessoa, é a solidariedade que nos traz compaixão, coragem para lutar e mudar nosso país. O Brasil precisa mudar, precisa de esperança”, ressaltou.
A deputada federal Marília Arraes (Solidariedade-PE), afirmou que a união se dá em torno de “um projeto de sociedade em que as regiões são menos desiguais, em que o Nordeste não fica se alimentando somente das migalhas que caem da mesa do Sul e do Sudeste, em que homens e mulheres são menos desiguais e pobres e ricos são menos desiguais”.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reforçou que o futuro do Brasil depende do resultado da eleição de outubro. “O que está em jogo em 2022 não é só uma eleição, é o destino de uma geração. Nós queremos nessa eleição conversar com os brasileiros que estão passando fome, porque o Brasil tem a maior taxa de desemprego da América Latina, a população brasileira responde por 11% das mortes por Covid-19”, disse.
Outro a discursar, o senador Omar Aziz (PSD-AM), ressaltou o caráter democrático da frente. “Temos uma escolha, avançar nas conquistas ou retroceder. Quando formamos essa frente, é por entender que as mudanças no país serão por meio do debate, da conciliação e não do enfrentamento. Eu estive na luta pela democratização nos anos 80, nas Diretas Já. Naquele momento, os verdadeiros democratas estavam nas ruas, estavam o Lula, o Ulysses Guimarães, Mário Covas, Leonel Brizola. Com divergências profundas em relação ao encaminhamento do país, mas todos se juntaram pela democracia no Brasil”, finalizou.