Em 2003, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência da República pela primeira vez, assegurar que cada brasileiro pudesse tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias tornou-se uma obsessão do governo federal. O poder de compra do salário mínimo aumentou continuamente durante todos os anos das gestões de Lula e Dilma. Em 2014, o Brasil saiu do Mapa da Fome da Onu. Infelizmente, para Bolsonaro, a fome do povo não importa – como comprova, inclusive, levantamento de suas postagens em redes sociais.
Hoje no Brasil 33 milhões de pessoas passam o dia todo sem comer nada, e apenas quatro em cada dez famílias brasileiras têm acesso pleno à alimentação. Os dados são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Bolsonaro trouxe de volta a fome e hoje um salário mínimo não compra sequer uma cesta básica em São Paulo.
Ao todo, 125 milhões de brasileiros estão vivendo algum grau de insegurança alimentar. Sendo que 59 milhões vivem em insegurança leve, 31 milhões em insegurança moderada e 33 milhões em insegurança grave (situação de fome). São 14 milhões a mais de pessoas com fome em comparação com o último inquérito, realizado em 2020, e um crescimento de 7,2% no número de pessoas em algum grau de insegurança alimentar.
A situação se agravou muito graças à política econômica desastrosa conduzida por Bolsonaro em Paulo Guedes. Um exemplo prático de como a inflação está corroendo o poder de compra dos brasileiros é a relação de compra entre o salário mínimo e a cesta básica.
Em 2006, durante o governo Lula, era possível comprar duas cestas básicas (R$ 172,31) com um salário mínimo (R$350), assim como no governo da presidenta Dilma, em 2014 (a cesta valia R$ 354,63 e o salário mínimo era R$ 724). E ainda sobrava um troco. Hoje em dia, sob o comando de Bolsonaro e Paulo Guedes, um salário mínimo não compra uma cesta básica em São Paulo. No mês de maio de 2022, em São Paulo, uma cesta básica saía por R$ 1.226,12, enquanto o salário mínimo é de R$ 1.212 – são R$ 14,12 a mais.
No final de 2002, quando Lula ainda não havia tomado posse na Presidência da República, o salário mínimo era R$ 200,00. Com esse valor, o brasileiro poderia comprar 25 kg de arroz, 25 kg de feijão, 7 kg de carne, 7 latas de óleo, 10 kg de tomate, 4 kg de batata e 1 kg de café.
Ao final da gestão petista, em 2016, quando Dilma foi deposta pelo golpe, o salário mínimo de R$ 880,00 podia comprar os mesmos produtos e ainda sobravam R$ 335,00. Com esse valor, o cidadão podia encher o carrinho com mais 10 kg de arroz, 5 kg de feijão, 7 kg de carne, 5 litros de leite, 5 kg de açúcar, 5 dúzias de banana e 5 kg de pães.
Os cálculos foram feitos a partir da média dos preços dos produtos que compõem a cesta básica em São Paulo, divulgados pelo Dieese.
A conta não fecha. Chegou a hora de mudar essa realidade.