“A coisa mais extraordinária na vida é a ascensão”, diz Lula

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No último compromisso da visita de dois dias a Pernambuco, onde ouviu diferentes relatos de pessoas que melhoraram de vida por causa das políticas públicas de seus governos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “a coisa mais extraordinária na vida é a ascensão”.

No ato púbico “Vamos Juntos pelo Brasil e por Pernambuco”, na noite desta quinta-feira, 21, em Olinda, o ex-presidente lembrou das políticas inclusivas dos governos petistas, quando houve a geração de 22 milhões de empregos, a retirada do Brasil do Mapa da Fome, o programa Mais Médicos e o Minha Casa Minha Vida.

Era uma época, contou, em que o país ocupava a sexta posição entre as maiores economias do mundo e o governo federal tratava os estados sem distinção e fazia políticas voltadas diretamente para o Nordeste, como a transposição do rio São Francisco, que o governo Lula tirou do papel, colocou cimento e areia para levar água para 12 milhões de pessoas do semiárido.

O ex-presidente voltou a dizer que, no governo, provou que era possível consertar o país, as pessoas tomarem café, almoçar e jantar, e aumentar o salário mínimo acima da inflação. “E que o povo pobre não era o problema do orçamento, mas sim a solução”.

Lula afirmou que, com o atual governo, o pobre ficou mais pobre, o Brasil andou para trás, voltou ao Mapa da Fome e não oferece proteção social para um contingente de trabalhadores que pensam ser microempreendedores, mas são submetidos a situação de quase escravos.

“Esse país andou para trás. Significa que esse país que tinha acabado com a fome, reconhecido pela ONU, esse país voltou ao mapa da fome e 33 milhões de pessoas não têm o que comer e 105 milhões de pessoas têm algum problema de insuficiência alimentar. Este país é o terceiro produtor de alimento do mundo, esse país é o maior produtor de proteína animal do mundo”, lamentou.

Pobre mais pobre

O ex-presidente voltou a se mostrar indignado com o fato de o Brasil ser o terceiro produtor de alimentos do mundo e o maior produtor de proteína animal e ter, como mostra a TV, mulheres na fila do açougue para pegar um osso para ferver na água e colocar tempero para fazer sopa. “O que a gente está vendo é que o povo pobre ficou mais pobre e isso não pode continuar”, completou, lembrando que em seus governos a situação era bem diferente.

“A gente não via mais, no Brasil, crianças pedindo esmolas, a gente não via mais pessoas pedindo alimento nas ruas, as pessoas tinham arrumado emprego, as pessoas tinham ido para casa, as pessoas tinham se encontrado, e tudo voltou a ser uma desgraça na vida do povo pobre desse país. Tudo voltou”.

Lula destacou que, depois de deixar o governo com aprovação de 87% não pensava mais em voltar a disputar a Presidência, mas a situação do país o levou a mudar de ideia. “Eu fiquei pensando, qual é o direito que eu tenho de me negar a voltar a cuidar do meu povo? Qual o direito que eu tenho de ficar em casa cuidando da minha Janja, cuidando dos meus filhos, dos meus netos e da minha bisneta, qual o direito que eu tenho de ficar em casa, se tem milhões de pessoas que voltaram a não ter o que comer?”

Candidatura e aliados

No discurso, Lula, que no início do dia teve sua candidatura à presidência oficializada pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB, PV), falou também da necessidade de alianças regionais para que o país possa retomar o rumo do desenvolvimento, destacando as candidaturas do Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil em Pernambuco: Danilo Cabral (governador), Luciana Santos (vice-governadora) e Teresa Leitão (senadora).

“Essa luta não é só minha, é do povo brasileiro. Quero governar este país olhando na cara do povo humilde”, disse. “Vocês de Pernambuco sabem a luta que esse povo fez. Eu queria terminar dizendo uma coisa: vocês sabem que nas eleições eu vou vir várias vezes aqui, mas eu quero que vocês saibam que no estado de Pernambuco, o meu candidato a governador tem nome e é o companheiro Danilo Cabral, do PSB.”

Em sua participação, Danilo, que foi secretário de Educação, Cidades e Saúde de Pernambuco, além de deputado federal, falou sobre projetos que realizou no estado, destacando a área educacional, que hoje tem escolas em tempo integral em todos os municípios.

“A gente aprendeu a fazer fazendo, escutando, conversando com o povo, temos um legado aqui. Nós queremos fazer o reencontro de Pernambuco com o Brasil, queremos voltar a viver o que vivemos com o senhor, presidente”, declarou.

O evento encerrou uma agenda movimentada de dois dias no estado natal de Lula. Na quarta, o ex-presidente visitou uma réplica da casa onde nasceu, em Caetés, no agreste pernambucano. Depois, participou de um ato em Garanhuns, antes de fechar o dia com um evento em Serra Talhada, no sertão. Na manhã desta quinta, eles tiveram um grande encontro com artistas e representantes da cultura no estado.