Os presidentes de sete centrais sindicais entregaram nesta quarta-feira (10/10) um manifesto a Fernando Haddad em apoio à sua candidatura à presidência da República.
Para os líderes sindicais, o candidato petista representa a defesa dos direitos trabalhistas e o fortalecimento da democracia, enquanto Jair Bolsonaro (PSL) é o retrato dos interesses dos patrões e do retrocesso.
Assinam o documento Vagner Freitas (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson de Araújo (CTB), Antonio Neto (CSB), José Calixto (Nova Central) e Edson Carneiro Índio (Intersindical).
Haddad ressaltou que o país vive um retrocesso trabalhista e social, uma vez que o congelamento de investimentos, promovidos pela EC 95, impõe severos prejuízos à população. “Não teríamos condição de contratar médicos, professores e policiais, com a vigência da Emenda Constitucional 95. E o povo está pedindo mais saúde, educação e segurança. Por isso é uma contradição do meu adversário querer manter todas as medidas do Temer e dizer que vai oferecer mais e não menos serviços.”
Também presente no ato, a candidata a vice-presidente, Manuela d’Ávila, afirmou que os compromissos constantes do documentos das centrais sindicais já são os defendidos durante a primeira etapa da eleição pela chapa e serão reafirmados neste segundo turno.
“Nosso compromisso com a revogação da EC 95 é porque sabemos que é impossível para mulher trabalhadora estar tranquila se não tivermos investimento em creche. É impossível para mulheres e homens que trabalham viverem tranquilamente sem a retomada nos investimentos no nosso Sistema Único de Saúde. A revogação da Reforma Trabalhista não é um elemento de retórica para nós, mas a compreensão de que as mulheres que são as mais prejudicadas com a jornada intermitente porque são trabalhos precarizados. É impensável um Brasil sem o trabalho valorizado”, afirmou Manuela.
Para Haddad, já se encontra estabelecido um cenário em que outros direitos, como os civis e políticos, estão severamente ameaçados. Nesse momento, lembrou dois crimes cometidos por defensores de Bolsonaro. A morte do mestre de capoeira Moa do Katendê, assassinado com 12 facadas em Salvador, no domingo, por ter manifestado seu voto no petista. E também o caso da jovem de 19 anos, que, ao descer do ônibus, em Porto Alegre, vestindo uma camiseta com a inscrição “ele não”, foi atacada por três homens defensores de Bolsonaro. Ela foi espancada e em seu corpo foi entalhada a canivete uma suástica.
“É essa escalada de violência que temos que interromper. Estamos falando dos fundamentos da sociedade civilizada. Os direitos civis e políticos tem 200 anos de história ocidental. Direitos trabalhistas já quase 100 anos de luta dos trabalhadores por seus direito. Os direitos sociais foram recém conquistados com Constituição de 2008″, afirmou.
“É como se a história estivesse dando marcha à ré com a candidatura do meu adversário representa. Todos temos compromisso com o Brasil que não foge à luta, se impõe pelo voto e pela voz e que não vai deixar acontecer o enorme retrocesso. Tenho segurança em dizer o Brasil vai renascer no dia 28. Vamos colocar fim a esses retrocessos”, prosseguiu.
Haddad afirmou que, após de anos promovendo a violência, Bolsonaro afirma não pode responder pelos atos dos seus correligionários “São anos anos promovendo torturadores; anos afirmando que solução para o país é a matança das pessoas. Ele chegou a dizer que o erro da ditadura foi não ter matado 30 mil pessoas. Chegou a naturalizar estupro e tortura nos cárceres da ditadura. Essa pessoa naturalizou a violência e agora se assusta com ela a ponto de não ir a um debate. Esse é o meu adversário. Mas não tem substituto, não. Nós vamos à enfermaria, ao hospital, na casa dele, para debater propostas para o país”, afirmou Haddad, sendo muito aplaudido.
Haddad lembrou que, tanto como ministro da Educação de Lula quanto como prefeito de São Paulo, manteve sempre manteve debate respeitoso e com responsabilidade com todos os representantes dos trabalhadores, sempre com o intuito de estabelecer acordos com o objetivo de fazer o país crescer.
“Tive a honra de, como ministro, ver dezenas de acordos forma firmados, com respeito, em momentos adversos levados à frente com muita responsabilidade. Aqui na prefeitura não tem categoria que não tenha tido algum atendimento. Lembrando que eu governei durante a maior recessão da historia, por causa do do golpe parlamentar de 2014. Com instabilidade política, 2015 e 2016, que culminou com queda de arrecadação. Mesmo assim, sentamos com trabalhadores e fizemos acordos possíveis de honrar para promover o bem-estar da população. Para mim, todo trabalhador, seja ele celetista, servidor público ou informal, precisa de atenção permanente do estado.”
O candidato reafirmou que a economia não será reativada com cortes de direito. “É com aumento e não com diminuição do poder de compra do salário que se reativa a economia. Não é dando reajuste de salário mínimo abaixo da inflação que vamos corrigir o desiquilíbrio da economia. Não é cortando direitos históricos, como adicional de férias e 13º, que vamos contribuir para melhoria da economia. Ao contrário.”
“O problema do nosso adversário é que ele já nomeou um banqueiro como ministro da Fazenda. E o banqueiro tem sua visão de mundo completamente diferente da dos trabalhadores aqui representados. Nossa visão de mundo é a de que o povo é parte da solução, e não do problema. Eu digo sempre essa frase pra ficar registrada que nossa solução não colocar é arma na mão do povo, mas, sim, o livro numa mão e a carteira de trabalho assinada na outra”, completou.
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