Em discurso em Curitiba, no ato Todos Juntos pelo Paraná, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o compromisso de, se ganhar as eleições, envolver a sociedade nas decisões de governo, como foi feito nas gestões anteriores do PT. Ele quer estabelecer uma nova relação com a sociedade, com o povo sinalizando prioridades das políticas públicas, a partir da realização de conferências nacionais.
“A gente quer estabelecer uma nova relação com a sociedade. Nós não somos donos do país. A gente ganha as eleições, a gente não é dono, a gente é uma espécie de síndico. Nós vamos voltar a fazer as conferências nacionais para que vocês decidam as políticas públicas, qual é a política boa de educação, qual é a política boa de saúde, qual é a política boa de segurança, qual é a política de cultura. É vocês que decidem, não sou eu”.
Reconstruir o Brasil
Lula lembrou dos avanços que os governos petistas fizeram no Brasil, mencionou os retrocessos e o compromisso de reconstrução, a partir da volta de investimento em infraestrutura, para gerar emprego e renda, moradia, educação, saúde, sempre com inclusão social. O compromisso é cuidar do Brasil com atenção especial para os que mais precisam.
“Eu queria fazer um desafio para vocês. Vamos reconstruir esse nosso país. Ele é nosso, ele é de cada um de nós, ele é, inclusive, daqueles que vocês ainda vão colocar no mundo, que ainda não nasceram”, disse, defendendo ser preciso plantar o futuro.
A fome é feia
O ex-presidente afirmou que o PT já provou que outro país é possível, com justiça social e sem ter criança indo dormir passando fome. “A fome é feia e eu já passei fome. Fui comer pão pela primeira vez com sete anos de idade. Não é possível, no século 21, a gente ter criança que vai dormir sem comer um pãozinho, sem ter um copo de leite, sem ter um chocolate, sem ter alguma coisa para comer. Nós conseguimos provar que esse país pode ser melhor”, afirmou.
Lula disse também que, nos governos dele e de Dilma Rousseff, foi provado que as pessoas podiam ter o sonho de estudar e que o Nordeste não nasceu para ser miserável. “Nós fizemos a transposição do São Francisco que D. Pedro tentou fazer, em 1846, e uma parte da elite brasileira não deixava ele fazer. E nós fizemos para levar água para 12 milhões de pessoas que moram no semiárido. Porque a seca é um fenômeno da natureza, a fome causada pela seca é um fenômeno da falta de vergonha na cara de quem governa o país”.