Jair Bolsonaro quer que os postos de gasolina passem a exibir também o valor dos combustíveis antes de seu decreto desesperado recente (que diminui ICMS dos combustíveis à expensa de recursos para saúde e educação). Se é pra comparar, vamos aos fatos: em 2015, a gente conseguia comprar 63 litros a mais de gasolina por mês. Isso equivale a pelo menos 630 km rodados a mais todos os meses.
Em 2010, no final do último mandato de Lula, o litro da gasolina custava R$ 2,53. Como o salário mínimo era de R$ 510, dava para abastecer 201 litros ao longo do mês.
Já em 2015, antes do golpe que tirou do poder Dilma, o litro custava R$ 3,29. O salário mínimo era de R$ 788, o que se convertia em 240 litros. Isso comprova, mais uma vez, qual era o foco dos governos do PT: ampliar o poder de compra do salário mínimo.
Hoje em dia, o litro da gasolina está em absurdos R$ 6,86 (mesmo após as medidas eleitoreiras de Jair). Ganhando R$ 1.212 por mês, o trabalhador enche o tanque com meros 177 litros.
Essa é a comparação que precisa ficar escancarada para todo mundo saber. Os motoristas efetivamente tinham maior poder de compra e podiam rodar até 630 km a mais. A distância entre São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, é de cerca de 435 km. Ou seja, dava para ir e ainda sobrava para uma parte da volta.
O desespero de Bolsonaro a pouco mais de um mês do início da campanha eleitoral está nítido. Ele tenta de todas as formas mascarar a realidade do desmonte que promoveu nos últimos anos, como faz agora querendo expor a diferença do preço da gasolina de hoje para o que era cobrado antes de o Congresso limitar o teto do ICMS sobre os produtos em 17%, forçando uma redução do valor final.
A culpa pelo valor atual da gasolina é da dolarização dos preços dos combustíveis, delimitada pela PPI (política de paridade internacional). A dolarização não faz sentido nenhum em um país como o Brasil, autossuficiente em petróleo. Seu salário é em dólar? Não, né? Pois então, por que o preço da gasolina que você paga é em dólar?
A verdade é que, com Lula e Dilma, o Brasil ia muito mais longe. E de tanque cheio.