A segunda-feira (20), véspera do discurso de Bolsonaro na 76ª Assembleia Geral da ONU, foi marcada por protestos contra Bolsonaro na cidade de Nova York. As ações de denúncia contra a postura genocida do presidente brasileiro alertavam para o perigo da chegada do presidente negacionista e destacavam a agenda antiambiental de Bolsonaro.
Ativistas projetaram imagens ao lado da ponte do Brooklyn denunciando as políticas que levaram à destruição generalizada da Floresta Amazônica, aos ataques sistemáticos aos direitos dos povos indígenas no país, ao manejo inadequado da pandemia e ao enfraquecimento das instituições democráticas no Brasil. Ativistas e aliados brasileiros estão convocando os líderes mundiais e a comunidade global para responsabilizar Bolsonaro pelas múltiplas crises que seu governo causou no país e globalmente.
Os protestos incluíram também pequenos caminhões projetando imagens de Bolsonaro em chamas nos principais pontos turísticos de Nova York, como a Times Square e o Financial District. As imagens traziam legendas como “Bolsonaro mentiroso”, “criminoso do clima” e “perdedor total”.
A participação de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU tem sido cercada de polêmica desde que o presidente declarou sua condição de não vacinado, o que viola o mandato interno de vacinação de Nova York. Seu desrespeito coloca em risco todos com quem ele entra em contato; de funcionários de hotéis e restaurantes a delegados e funcionários da ONU. Conforme noticiado na imprensa, a equipe de Bolsonaro passou a semana tentando contornar a ordem do prefeito da cidade, Bill De Blasio, tentando fazer acordos para que ele não tivesse que ser vacinado para comparecer.
O Comitê Defend Democracy in Brazil (DDB-NY) está organizando uma série de atos e fez parceria com The Illuminator e Greenpeace USA para projetar as imagens às vésperas da Assembleia. Os protestos de rua estão sendo organizados com grupos de base de ação climática, antifascistas e de brasileiros em Nova York. Vários grupos desta coalizão agora organizam uma manifestação em 21 de setembro na 2ª avenida com a rua 45, enquanto Bolsonaro falará na Assembleia Geral da ONU.
“As ações do Bolsonaro no Brasil são um ataque direto aos direitos humanos, ao meio ambiente e à saúde global. Ao se gabar de sua condição de não vacinado na cidade de Nova York, Bolsonaro mostra seu total desprezo pela vida humana e pelas famílias das vítimas do COVID-19 no Brasil e nos Estados Unidos. As ações de Bolsonaro não devem ficar impunes. Ele mentiu em seus discurso na ONU no passado e o fará novamente. Ele precisa ser envergonhado, se não for coibido pela própria ONU”, disse Natália de Campos, do DDB-NY.