“A África precisa de transformações estruturais na economia”, afirma Carlos Lopes

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Nesta quinta-feira (23), com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Instituto Lula empossou o seu “Conselho África”, em São Paulo. A abertura da cerimônia teve a fala de Carlos Lopes, atual secretário-geral adjunto e secretário-executivo da Comissão Econômica para a África da ONU. Lopes enumerou os desafios sociais, econômicos e políticos do continente no século XXI. Na mesa, estavam presentes Paulo Cordeiro, subsecretário do Itamaraty, Luiz Filipe de Alencastro, professor da FGV, Silvana Campanini, diretora de estudo e pesquisa do Centro Internacional de Proteção de Direitos Humanos de Buenos Aires, Alexandra Loras, consulesa da França em São Paulo e Celso Marcondes, diretor de Instituto Lula e responsável pela Iniciativa África.

Segundo o secretário, “a África precisa de transformações estruturais, de uma mudança completa da estrutura das economias dos países do continente”. Porém, Lopes destacou a necessidade de “fazer uma industrialização que atenda à condição atual” do continente africano. Afirmou também que o que se noticia a respeito do continente não corresponde à realidade. “A narrativa sobre a África está marcada por uma visão pessimista”, disse. “Nossa situação econômica é invejável”, disse. “Nos últimos 15 anos, duplicamos o PIB”, completou.

Para que os países africanos consigam amplias seu desenvolvimento, segundo o secretário, é necessário melhorar a produtividade da economia, provocar a industrialização através do agronegócio e da transformação de matérias-primas, formalizar o setor de serviços e criar um mercado continental integrado.

Após a exposição, os membros da mesa fizeram considerações. Paulo Cordeiro, subsecretário do Itamaraty, afirmou que a África é parte do que nós somos”. E os africanos dizem que nós somos parte da solução dos problemas deles”. Em sua fala, a consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras, agradeceu o ex-presidente Lula, presente na platéia, por ter “dado dignidade a 40 milhões de negros neste país”.