O governo Lula (2003-2010) promoveu uma remodelação na política externa brasileira, ampliando as trocas comerciais com parceiros diversificados, em todos os continentes. Nesse processo, os países da América Latina e do Caribe desempenharam, desde cedo, papel importante. Enquanto presidente, Lula fez 114 viagens aos países da região, que resultaram num aumento de quatro vezes no saldo comercial com a região, que saltou de cerca de dois bilhões, em 2002, para oito, em 2010. Tanto as importações quanto as exportações aumentaram durante o período de governo Lula.
O Instituto Lula se propõe a trabalhar em prol de uma maior integração latino-americana, uma integração que não se restrinja apenas ao plano comercial e que não seja assimétrica, mas que possa tornar a América Latina e o Caribe um polo de poder, condizente com a nova geopolítica mundial, num planeta que não é mais bipolarizado. Os desafios são inúmeros, e vão desde entraves burocráticos a dificuldades logísticas com a infra-estrutura de transportes do continente.
Num cenário em que o subcontinente vive majoritariamente sob governos progressistas, as oportunidades para o avanço neste tema estão postas. “A América Latina deu um salto na última década, com os governos progressistas. A democracia virou regra, a região toda cresceu, e houve avanços sociais tanto na redução da pobreza quanto na redução da desigualdade”, avalia o ex-ministro Luiz Dulci diretor do Instituto Lula para a iniciativa América Latina. “Essa sintonia permitiu também um avanço na integração. Além do Mercosul, foram criadas a Unasul e a Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos). Nossa ideia é que esse processo pode e deve continuar avançando, com um esforço mais estratégico”.
Recentemente, o Instituto Lula promoveu encontros com movimentos sociais e com intelectuais da região para debater os desafios à integração. O trabalho continua, com um encontro com empresários previsto para os próximos meses. O resultado desses encontros será colocado à disposição dos governos da região para balizar uma maior integração e sinergia entre os países da América Latina e Caribe.