O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na noite desta segunda-feira (4), de um ato político em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, cidade onde reside e onde teve início sua trajetória política, na década de 70. Cerca de 5 mil pessoas ocuparam as ruas no entorno do sindicato para ouvir as falas dos prefeitos petistas da região do ABC, como o bernardense Luiz Marinho, e de lideranças sindicais ligadas à Central Única dos Trabalhadores.
“O que é importante é que vocês percebam que o golpe não é contra a Dilma, é contra nós”, alertou Vagner Freitas, atual presidente nacional da central. “O que eles querem não é só derrubar o governo, é derrubar o 13º, é derrubar as férias remuneradas e tantos outros direitos. O senhor Benjamin Steinbruch, que quer ser presidente da Fiesp, já disse que quer que aqui seja como nos Estados Unidos, onde não tem hora do almoço: pra ele, o trabalhador pode comer um sanduíche com uma mão e trabalhar com a outra”, completou.
Lula ressaltou que não são apenas direitos trabalhistas postos em risco por uma ofensiva dos setores mais conservadores e agressivos da sociedade, mas também os direitos sociais. “Eles diziam que não podia aumentar o salário mínimo porque daria inflação, mas nós fizemos e por 12 anos não enfrentamos inflação. Não tinha dinheiro para os pobres, pobre era problema, e nós provamos que ele pode ser solução se tiver dinheiro para comer. Quem imaginaria há 10 anos que os meninos e meninas negros da periferia fariam universidade?”, relembrou o ex-presidente.
“Esses ganhos só são possíveis na democracia”, frisou Lula. “Nós estamos vivendo o 31º ano de democracia continuada, desde o fim da ditadura. E este é o maior período de democracia continuada da história deste país. Mas parece que eles já cansaram. Os setores mais conservadores da sociedade cansaram não porque a democracia é ruim, mas porque eles queriam ficar lá a vida toda”.
O ex-presidente afirmou ainda que aceitou o convite da presidenta Dilma Rousseff para assumir a Casa Civil para exercer, no governo, os valores democráticos. “Se tem gente que diz que a Dilma não dialoga, eu vou para lá conversar com todo mundo. Fazer a política que eu aprendi aqui neste sindicato, com o movimento social, ajudar a melhorar um pouquinho a política econômica. Nosso mercado deve ser o trabalhador, o consumidor, a dona de casa”, disse.
Em sua despedida, o ex-presidente conclamou o povo a gritar que “não vai ter golpe”, e pediu atenção ao dia em que o Congresso pode tentar votar o impeachment de Dilma, para que os democratas estejam prontos a ocupar as ruas.
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