O processo eleitoral deste ano será marcado não apenas pelas fake news criadas pelo gabinete do ódio bolsonarista e pelos repugnantes episódios de violência, mas também pela avalanche de casos de assédio eleitoral. As denúncias bateram recorde. No segundo turno, 1.965 casos de coação eleitoral foram reportados ao Ministério Público do Trabalho. Só ontem, foram contabilizados 13 registros por hora.
Mas o que é assédio eleitoral? O assédio eleitoral ocorre quando alguém ameaça, pressiona ou tenta coagir outra pessoa a votar em determinado candidato. Pode se dar no ambiente de trabalho, mas também acontece nas igrejas e até em casa.
É preciso estar atento e também se proteger.
A prática é muito comum no ambiente de trabalho. O patrão promete bonificações, prêmios ou faz ameaças de demissão em massa. Outra prática é usar de chantagem afirmando que se determinado candidato vencer a empresa não resistirá financeiramente e corre o risco de fechar.
A ampla maioria das denúncias apresentadas até agora são contra empresários que tentam coagir seus empregados a votar em Jair Bolsonaro.
Também se tornaram comuns os casos de assédio nas igrejas, especialmente nas evangélicas ligadas ao bolsonarismo. Líderes religiosos têm se valido do lugar de poder para pressionar fiéis a votarem no candidato à reeleição. Eles utilizam táticas de medo. Assustam os fiéis com ameaças de castigos divinos e até de expulsão da igreja.São diversos casos de abuso de poder religioso.
O assédio também ocorre dentro de casa e, no geral, é cometido por homens que, muitas vezes com uso de violência, constrangem suas mulheres a votarem no candidato favorável à liberação irrestrita de armas.
O voto é secreto. Na hora de votar, será apenas você, a urna eletrônica e sua consciência. Vote em quem realmente te representa. Não vote por medo. Ninguém vai saber em quem você votou. Nem o seu patrão, nem o seu pastor, nem o seu marido. É só você.
Por mais que tentem te enganar, o sistema eleitoral é confiável. Não há como ninguém, nem mesmo o mesário, o próximo da fila, ou o candidato, saber quem votou em quem. Confie na urna eletrônica!
Se estiver sofrendo assédio e se sentir ameaçado, não confronte. Preserve seu emprego, suas relações e sua vida. Mas é preciso lembrar que assédio eleitoral é crime, pois fere o direito de voto livre e secreto. Por isso, é importante denunciar para que os responsáveis sejam punidos.
Se você está sendo vítima de assédio eleitoral, ou sabe de algum caso, denuncie no site do Ministério Público do Trabalho (MPT) ou pelo aplicativo Pardal, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é gratuito e pode ser baixado nas lojas virtuais Apple Store e Google Play.
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