O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da ex-ministra Marina Silva, vítima de ofensas por simpatizantes de Jair Bolsonaro na noite de sexta-feira (21/10), após participar de caminhada ao lado do ex-presidente em Juiz de Fora, Minas Gerais. “Faz parte da escola do fascismo”, apontou.
“O ataque ontem a Marina faz parte da escola do fascismo. A pessoa que xingou a companheira Marina não é uma pessoa séria. Mesmo com pensamento antagônico, uma pessoa séria jamais levantaria pra xingar alguém dessa forma. Minha solidariedade a Marina”, comentou Lula, durante coletiva de imprensa na manhã deste sábado, em Belo Horizonte.
Após sair de um restaurante, a ex-ministra foi chamada de “vagabunda” e “traidora” por um homem. Ela tentou identificar o agressor, mas ele fugiu. Um boletim de ocorrência foi registrado.
“A gente faz política há 50 anos, isso não existia no Brasil nem em cidade pequena, média, grande. Hoje o que nós vemos é violência e mais violência verbal, e, às vezes, violência física. Isso é porque nós temos um governo fascista no Brasil”, disse o ex-presidente.
Incompreensível. Foi assim que Marina definiu os ataques machistas. Ela citou ainda o caso da ministra Cármen Lúcia, que na mesma noite foi comparada com uma prostitua por Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro.
“Dá até medo de imaginar o que essas pessoas são capazes de fazer e dizer com as mulheres de um modo geral. Aquilo [caso Jefferson] foi uma senha autorizando a intimidação e a violência política contra as mulheres e contra aqueles que pensam diferente da visão bolsonarista”, comentou.
A ex-ministra também agradeceu todos que se solidarizaram com ela e afirmou que os agressores responderão na justiça. Segundo ela, o bolsonarismo desenterrou “a monstruosidade do machismo” para dividir os brasileiros. E que Lula, por outro lado, é a sustentação de um projeto que vai mudar a realidade do Brasil, que foi “ultrajada por Bolsonaro”.
“Quando se trata de uma mulher é sempre nessa questão de natureza moral, sexual. Parece que o bolsonarismo não sabe lidar com as mulheres, não tem preparo para enfrentar aquelas que são a maioria da população brasileira. Então, em legítima defesa das mulheres, nós entendemos que Lula deve ser presidente”, afirmou Marina.
Simone Tebet, que faz parte da frente ampla em torno da candidatura de Lula e também esteve em Juiz de Fora, lamentou as ofensas machistas, que aumentaram após a ascensão do clã Bolsonaro ao poder.
“São as mulheres que vão decidir essa eleição. E vamos decidir contra um presidente misógino, que estimula a violência contra as mulheres porque é um covarde. A Marina sofreu uma violência política das mais baixas. Esses bolsonaristas não passarão. Nós, mulheres brasileiras elegeremos Lula e vamos unir esse Brasil com amor e com coragem”, completou a senadora.
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