Em um grande ato no início da tarde de hoje, 2, no estacionamento da Fonte Nova, em Salvador (BA), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do senador e ex-governador Jaques Wagner, do governador Rui Costa do pré-candidato ao governo, Jerônimo Rodrigues e representantes dos partidos que formam o movimento Vamos Juntos Pelo Brasil comemoraram o 2 de Julho, a data cívica mais importante do estado.
Foi nesse dia em 1823, há 199 anos, que um movimento popular expulsou os últimos portugueses e consolidou de vez a Independência do Brasil, declarada por D. Pedro em 7 de setembro de 1822. Em seu discurso, Lula exaltou a participação de negros, indígenas, caboclos e cidadãos comuns no movimento, e destacou o heroísmo de três mulheres essenciais na luta: Maria Quitéria, Maria Filipa e Joana Angélica.
“Nada mais justo do que a luta do povo baiano ter como símbolos três mulheres. Para elas – e para tantas outras guerreiras que estiveram na linha de frente do 2 de julho – o lugar da mulher era onde ela quisesse estar na luta pela liberdade. Maria Quitéria, Maria Felipa e Joana Angélica representam não só as mulheres baianas que lutaram pela independência do Brasil. Elas representam também as mulheres brasileiras que hoje lutam o dia a dia de uma guerra injusta: recebendo menores salários que os homens em igual função, expostas ao machismo, ao feminicídio, aos estupros e outras formas de violência”, disse o ex-presidente.
Recuperar a história desse movimento, segundo ele, é valorizar a luta do povo brasileiro pela sua própria liberdade, um direito que nunca foi simplesmente concedido, como muitas vezes é ensinado em salas de aula.
“Embora a data oficial da independência do Brasil seja o 7 de setembro, sabemos que ela não aconteceu num passe de mágica, no dia do grito de Dom Pedro Primeiro às margens do Ipiranga. A independência é o resultado de uma luta que começou antes em várias partes do Brasil, inclusive na Bahia, a partir de movimentos como a Conjuração Baiana, liderada pelos alfaiates. E que se estendeu até o dia 2 de julho do ano seguinte, quando o povo baiano sacramentou a vitória sobre os colonizadores portugueses”, ressaltou Lula.
Libertação do povo brasileiro
A exatos 3 meses do primeiro turno das eleições, em 2 de outubro, o ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice-presidente pelo movimento Vamos Juntos Pelo Brasil, pediu que a data da Independência na Bahia seja um exemplo na luta que se trava agora pelo futuro do Brasil.
“Iniciamos uma caminhada, para que a gente possa ter um novo futuro. Para o Brasil voltar a crescer, atrair investimentos. Fico triste, como médico, de ver como o Brasil, que tem menos de 3% da população do mundo, teve 10% das vítimas de Covid e o presidente não teve uma palavra de compaixão, de solidariedade às famílias”, afirmou ele. “É uma alegria estar aqui neste 2 de julho, que seja inspirador para todos nós, o dia da liberdade, o dia da identidade nacional, o dia da partida dos tiranos”.
Ex-governador e senador pela Bahia, Jaques Wagner comparou a Independência baiana à eleição. “Nós temos uma encruzilhada e uma escolha a ser feita: a Bahia e o Brasil da esperança, do amor, da solidariedade ou o Brasil que desagrega, que contagia, que mata, que odeia. Para nós, o 2 de julho é a independência verdadeira. Dom Pedro deu o grito, mas fomos nós, baianos, que botamos os portugueses daqui para fora. Foi aqui que mais se morreu pela independência, na batalha do Pirajá. O povo baiano é ator da história do Brasil e nós, como em 2 de julho de 1823, vamos puxar a fila”, disse.
Sucessor de Jaques, o governador Rui Costa também ressaltou o significado do 2 de Julho para sua gente. “Essa data mobiliza muito mais o povo baiano do que o 7 de Setembro. A proclamação às margens do Ipiranga não se materializou aqui nos meses seguintes. Foi o povo baiano, na luta e nas ruas, com seu histórico de superação de dificuldades, que concretizou a independência do Brasil aqui na Bahia”.
Jerônimo Rodrigues, pré-candidato ao governo da Bahia, destacou a necessidade de, mais uma vez, tirar o país do atraso. “ Queremos e vamos libertar o país da fome, do desemprego, da inflação. É muito triste, machuca a gente ver quase 40 milhões de pessoas no Brasil, nossos irmãos, acordar de manhã e não saber o que vai bater no prato de seus filhos”, lamentou.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, falou sobre a importância da união popular na Bahia, para que sirva de exemplo ao restante do país. “Queria externar meu carinho pela luta que os baianos e as baianas sempre fizeram por este país, a luta popular. E lembrar que as mulheres foram protagonistas na Independência baiana. E falar sobre esse movimento que estamos fazendo, todos os partidos estão irmanados para mudar o Brasil, para unir todas as forças que nós pudermos”, declarou.
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