Aumenta informalidade no mercado de trabalho

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Em meio à apatia do governo para solucionar os problemas da economia e fazer o país crescer, piora a qualidade dos postos de trabalhos disponíveis no mercado. As vagas exigem menos escolaridade e pagam salários menores, o que é motivo de preocupação entre especialistas.

Com base em dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, reportagem da Folha de São Paulo registra que, num intervalo de dois anos, entre o primeiro trimestre de 2020 e os três primeiros meses de 2002, o país ganhou 1,42 milhão de trabalhadores informais, chegando a 38,203 milhões o número de pessoas nessas situação.

Janaína Feijó, pesquisadora do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), responsável pelos cálculos junto com o colega Paulo Peruchetti, disse à reportagem que muitos dos novos postos de trabalho que fizeram a taxa de desemprego recuar foram gerados por meio do trabalhado informal.

“É uma recuperação impulsionada por funções que exigem menor escolaridade e geram rendimentos menores. Estamos vendo uma recomposição do mercado de trabalho que é preocupante”, diz Feijó.

Segundo a reportagem, também entram na conta trabalhadores do setor privado sem carteira assinada, empregadores sem CNPJ e quem trabalha por conta própria e também não tem registro de pessoa jurídica.

Ainda de acordo com a reportagem, no Nordeste houve alta de 1,2 ponto percentual elevando a informalidade para 53,62%. No Norte, onde também a situação é preocupante, a alta foi de 0,13 ponto percentual, alcançando 56,61% dos ocupados.

Governos petistas geraram 20 milhões de vagas formais
A crise do emprego e a questão da informalidade no Brasil são preocupações constantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em diferentes situações, Lula critica a situação de centenas de trabalhadores que foram excluídos do trabalho formal e jogados em ocupações sem nenhuma garantia. Ele defende soluções para o emprego em geral e para a juventude que sai da universidade sem perspectiva de atuar nas funções para as quais se formaram.

Emprego e renda são também prioridades nas diretrizes do plano de governo do movimento Vamos Juntos pelo Brasil, da chapa Lula-Alckmin, que está em construção com participação popular. Gerar emprego e atuar contra a precarização do trabalho estão entre as prioridades. Investimento em infraestrutura é um dos planos para estimular a criação de novas vagas.

Nos governos do PT, a taxa de desemprego caiu a 4,5%, numa situação de quase pleno emprego. Foram gerados mais de 20 milhões de vagas formais num período em que o mundo enfrentava uma crise internacional e o desemprego crescia inclusive em países de primeiro mundo.

Além disso, os governos de Lula e Dilma Rousseff atuaram para manter o poder de compra do trabalhador – mais de 80% dos acordos coletivos para reajuste salarial eram feitos acima da inflação – e o salário mínimo teve valorização de 74% no período.

Já o governo Bolsonaro passará para a história como o primeiro presidente do Brasil, desde a criação do Plano Real, a deixar o salário mínimo valendo menos do que quando entrou. Reportagem veículos de imprensa noticiaram que, segundo estudo da corretora Tullet Prebon Brasil, perda real do valor do salário mínimo nos tempos de desgoverno pode chegar a 1,7%.