Natalia da Luz
Por dentro da África
Localizado na África Ocidental, um país de nove milhões de habitantes é exemplo de convivência pacífica para todo o continente. O Benin, antigo Daomé, colonizado pela França, completou 53 anos de independência na última quinta-feira (1º). Com um passado de reconhecida democracia, o olhar dos beninenses de hoje é para o futuro.
O site Por dentro da África falou com o embaixador do Benin no Brasil, Isidore Monsi, que vê um futuro cheio de expectativas para o seu país. “Não tivemos guerra, tivemos uma negociação entre os governos africanos e o governo da França. Nós deveríamos nos assumir, havia chegada a hora de buscar a nossa identidade. Mas agora, temos que pensar no que fazer com esses 53 anos” disse.
Na semana passada, em meio à comemoração da independência, o secretário de Estado dos Estados Unidos John Kerry emitiu uma nota considerando o Benin o líder democrático da África Ocidental devido à transparência em suas eleições. Apesar de ter sido governado por uma ditadura militar de 1972 a 1991, o país também é chamado de “o laboratório de democratização em África”.
Relação com o Brasil
O Benin foi um dos países da África que mais enviou escravos para o Brasil. Na época, inúmeros beninenses vieram trabalhar nas minas de ouro e nas lavouras de café. Quando a Lei Áurea foi assinada, em 1888, libertando os escravos, muitos deles voltaram para a sua terra natal e, no antigo Daomé, receberam o nome de agudás. Agudás são os beninenses retornados, os responsáveis pela troca de culturas que cruzou o oceano Atlântico e construiu do lado de lá uma relação intensa com o Brasil.
No Rio de Janeiro há cinco anos, Giresse Acakpovi, de 30 anos, nasceu em Cotonou estuda medicina na UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Líder da associação de estudantes beninenses no Brasil. Ele foi o responsável pelo Encontro dos Estudantes Beninenses, que abordou a história, cultura e o futuro do seu país. Realizado na própria universidade, estudantes e especialistas trataram de temas como a religiosidade, educação tradicional, identidade e desafios para os avanços do país.
Giresse acredita que esse intercâmbio beneficia não apenas a geração que é parte desse processo, mas o Benin como um todo. Ele destaca que os beninenses espalhados pelo mundo e pelo Brasil também aproveitaram o dia 1 de agosto para refletir sobre a sua contribuição para alcançar novos degraus que outros países já alcançaram. Só que com um importante detalhe: sempre preservando a cultura.
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A Iniciativa África do Instituto Lula
O governo Lula (2003-2010) mudou a prioridade da política externa brasileira e trabalhou para ampliar as relações entre o Brasil e os países africanos. Foram 33 viagens presidenciais ao continente, com a criação de 19 novas embaixadas. Há um imenso potencial para ampliação da cooperação em políticas públicas para combate à fome e à pobreza, comércio de bens e serviços, e investimentos em infraestrutura. O Brasil tem – e pode compartilhar – tecnologia em agricultura tropical, geração de energia, biocombustíveis e experiência em programas sociais.
Depois que deixou o governo, Lula elegeu a cooperação com a África como um dos principais eixos de trabalho do Instituto que leva seu nome. Para saber mais sobre a Iniciativa África do Instituto Lula, clique aqui.