Bolsocaro: inflação de setembro é a maior em 27 anos

Índice calculado pelo IBGE é o maior para o mês de setembro desde 1994. Inflação alta é puxada pela gasolina e conta de luz, mas alimentos também subiram

Compartilhar:

A política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes está levando o Brasil ao fundo do poço. Dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (24) apontam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,89% em agosto para 1,14% em setembro. Este é o maior resultado para o mês de setembro desde 1994.

No ano, o índice acumulou alta de 7,02%. Já no acumulado em 12 meses, o indicador superou os dois dígitos, ficando em 10,05%, quase o dobro do teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação deste ano, que é de 5,25%.
A alta da inflação tem sido puxada principalmente pelos preços da gasolina e da conta de luz, que sofrem reajustes constantes do governo. De acordo com o IBGE, cada uma exerceu impacto de 0,17 ponto percentual sobre o IPCA para o mês de setembro.

O preço médio da gasolina subiu 2,85% entre agosto e setembro e acumulou alta de 33,37% no ano e de 39,05% nos últimos 12 meses. Vale lembrar que o preço da gasolina na refinaria – sob responsabilidade exclusiva do governo federal por meio da Petrobras e de sua política dolarizada de preços – aumentou 51% entre janeiro e agosto.

Já o preço médio da energia elétrica teve alta de 3,61% em setembro. No ano, a alta acumulada foi de 20,27%, enquanto nos últimos 12 meses o aumento acumulado foi de 25,26%.

O aumento entre os produtos analisados pelo IBGE foi quase generalizado na passagem do mês de agosto para o mês de setembro. Dos 367 itens, 253 tiveram alta.

Segundo o IBGE, a alta da inflação no mês foi puxada pelo grupo de transportes, cuja variação mensal foi o dobro da registrada na passagem de julho para agosto, resultado influenciado pela alta de 3% nos preços médios dos combustíveis, acima da alta de 2,02% registrada em agosto.

Além do grupo de transportes, outros três registraram variação superior à do mês anterior. São eles alimentação e bebidas, artigos de residência e saúde e cuidados pessoais. Ou seja, tudo o que é essencial para a sobrevivência do povo brasileiro está mais caro. E o salário ó, lá embaixo.

A inflação do grupo Alimentação e bebidas acelerou de 1,02% em agosto para 1,27% em setembro. Desde março, a taxa para este grupo acelera a cada mês.


O IBGE verificou que a alta do IPCA foi registrada em todas as 11 áreas regionais do país em que o órgão realiza a pesquisa de preços para calcular o indicador. Eles também chamam atenção para o fato de que a inflação está muito acima da meta calculada pelo governo e esperada pelo mercado internacional e é persistente.