Bolsonarista pagou “apoiador fake” para fazer pergunta ensaiada para Jair no cercadinho

Com Bolsonaro, até os fãs do cercadinho são de mentira!

Compartilhar:

Não é novidade que tudo é fake no governo de Jair Bolsonaro. Dos supostos feitos do seu governo – com destaque para a transposição do Rio São Francisco, que ele só assinou – até seus seguidores robotizados nas redes sociais. A revelação mais recente é que até os famosos apoiadores do cercadinho do Alvorada são de mentira. Reportagem da Folha de S.P. denuncia que Bolsonaro pagou para o apoiador fake ir até a porta da casa do presidente e fazer perguntas pré-combinadas a Bolsonaro.

Um publicitário afirma ter sido contratado pelo site bolsonarista Foco do Brasil, que pagou para ele figurar como apoiador do presidente. Ele foi orientado a questionar ao presidente da República se ele teria assistido entrevista concedida na noite anterior, 12 de abril, pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao programa Fantástico da TV Globo. Na época, Bolsonaro rivalizava com o ministro por conta de sua insistência em medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.

“Eu não assisto à Globo”, foi a resposta de Bolsonaro à pergunta que já conhecia. A cena, previamente combinada entre o governo federal e o site bolsonarista, foi filmada por apoiadores e imediatamente passou a circular nas redes sociais, como pretendia o presidente. O publicitário, no mesmo dia, recebeu uma transferência bancária de R$ 1.100. Mandetta foi demitido três dias depois.

“Eu fiquei até meio sem graça porque imaginei que ele ia falar alguma coisa, falar da entrevista e tal, porque, no meu ponto [de vista], seria uma pergunta de imprensa, mas era uma pergunta para ele poder ‘mitar’. Aí ele ‘mitou”’, disse o apoiador.

A matéria da Folha mostra prints das conversas entre o contratado e um homem de nome Anderson, do Foco do Brasil. Os diálogos deixam claro que Bolsonaro sabia do combinado. Fotos dos documentos do homem foram enviadas à segurança do Alvorada, que, então, passaram a permitir a entrada do apoiador e tratá-lo como “um dos nossos”.

Foi àquele público que Bolsonaro direcionou muita das diversas barbaridades ditas no seu governo. De ataques ao Supremo à falas cruéis sobre mortos pela covid. Falas quase nunca contestadas foram disseminadas nas redes pelo próprio presidente.

A revelação aumenta a desconfiança sobre aqueles apoiadores a postos, dia e noite, faça sol ou faça chuva, em frente ao Palácio do Alvorada, prontos para ouvir sem questionar frases de efeito proferidas pelo presidente.

Comprova ainda, mais uma vez, que Bolsonaro inunda o Brasil de mentiras. Ele manipula a opinião pública e dissemina o ódio por meio da fábrica de fake news e de articulações como essas, e hoje, às vésperas da eleição, tenta calar quem denuncia sua metodologia que ataca a democracia. Mas não conseguirá. Está perto do fim a era das “mitadas” de Bolsonaro.