Esta sexta-feira (05) marca o Dia Nacional da Cultura e da Ciência. Com a devastação promovida por Bolsonaro, há muito pouco o que se comemorar. Os desmontes contínuos de políticas públicas bem sucedidas dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT levam o Brasil a um apagão na ciência e na cultura e à fuga de cérebros. A ameaça de um apagão literal de energia elétrica está intimamente relacionada à gestão de Bolsonaro, por mais que ele mais uma vez se desresponsabilize e culpe unicamente fatores climáticos. Na última semana, a BBC News revelou que Bolsonaro cortou em 93% os investimentos com estudos e projetos para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Foram comparados os triênios 2016/2017/2018 e 2019/2020/2021. Quando se comparam os números de Bolsonaro com aqueles dos governos petistas, a redução é ainda maior e chega a 96%.
As políticas ambientais foram um dos principais focos dos governos de Lula e do PT: redução do desmatamento da Amazônia em 80%, proposta climática mais ousada na COP15, investimento crescente em estudos e pesquisas sobre os temas foram algumas das ações nessa área. Os números mostram que o desmonte das políticas ambientais vêm acontecendo desde o golpe de 2016.
Uma pesquisa de dados no Sistema Integrado de Orçamento do Governo Federal (Siop) mostra que os investimentos em estudos e projetos de mitigação e adaptação a mudanças climáticas entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015 somaram R$ 56,4 milhões. O golpe de 2016 reduziu em quase 60% o recurso, que passou de R$ 20,73 milhões em 2016 para R$ 8,4 milhões em 2017.
Entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018, os investimentos nessa área foram de R$ 31,1 milhões. Na gestão Bolsonaro como um todo, porém, os gastos foram de apenas R$ 2,1 milhões. Na comparação entre o triênio 2013/2014/2015 e os 3 primeiros anos de governo Bolsonaro, a redução foi de impressionantes 96,28%.
O levantamento inclui duas ações orçamentárias do governo federal: 20G4 — Fomento a Estudos e Projetos para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima (do Ministério do Meio Ambiente) e 20VA — Apoio a Estudos e Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento à Mudança do Clima (do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações).
Em 2019, Bolsonaro investiu R$ 1 milhão. Em 2020, foram gastos R$ 659 mil. Neste ano, até outubro, foram investidos R$ 426 mil. No Ministério do Meio Ambiente, os investimentos em estudos sobre mudanças climáticas foram zerados a partir de 2019. Os números mostram que o interesse do governo em preservar o meio ambiente é zero.
Estudos indicam que países altamente dependentes da exportação de commodities agrícolas como o Brasil estão particularmente vulneráveis ao fenômeno porque ele pode causar, por exemplo, alterações no regime de chuvas e ventos e resultar em eventos climáticos extremos como secas prolongadas, ondas de frio e de calor mais frequentes.
Quando não chove, a ameaça de apagão volta a assolar o Brasil. Bolsonaro culpa a natureza e o clima. Quando a conta de luz vai às alturas, Bolsonaro culpa até São Pedro, mas nunca a própria incompetência. Um governo que despreza a ciência é um governo que despreza o povo brasileiro.
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