Em entrevista concedida ao programa Global Conversation, da Euronews, nesta segunda (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o combate à pandemia da Covid-19, a posição do Brasil no cenário internacional e sobre a polarização atual entre a democracia e o fascismo no Brasil.
Durante a conversa com a jornalista Anelise Borges, Lula lembrou que tem se dedicado, desde o início da pandemia, a “brigar para conseguir vacinas para todo o povo brasileiro, para que a gente consiga um auxílio emergencial, para que o povo possa sobreviver e para que a gente consiga crédito para as pequenas e médias empresas manterem os seus empregos”.
Lula apontou ainda que mais da metade das mortes que ocorreram no Brasil foram decorrentes da irresponsabilidade do governo Bolsonaro. “Se o governo tivesse se comportado de forma responsável, humanista, criado um comitê de crise, reunido os especialistas, cientistas, a gente não teria a quantidade de vítimas que temos hoje”, disse. Lula lembrou ainda que, durante a pandemia de H1N1, em 2009, o Brasil vacinou 83 milhões de pessoas em 3 meses.
O ex-presidente ressaltou que “Bolsonaro é resultado de uma mentira, da farsa. Nunca se teve tanta fake News em uma campanha. Ele (Bolsonaro) não participou de debate, ele mentia descaradamente. Ainda hoje o Bolsonaro conta 4 mentiras por dia. Imagina quanto que ele contou no cenário eleitoral” .
Nesse cenário, Lula afirmou que “a polarização no Brasil é entre o fascismo e a democracia. Eu represento a democracia”. Ele disse ainda que não se deve temer a polarização, mas que deve-se ter consciência que, após as eleições, é preciso governar que todos trabalhem e vivam dignamente. Apontou que, durante seus 8 anos de governo, conseguiu provar que é possível construir um país altamente desenvolvido, combatendo a desigualdade social , havendo deixado a presidência com 87% de bom e ótimo junto à opinião pública.
Lula lembrou ainda que, quando era presidente, tinha uma ótima relação com todos os países da Europa. Afirmou que é preciso fazer parceria entre União Europeia e América do Sul para dar à Europa a possibilidade de não ficar ilhada entre a China e os EUA.
Assista à íntegra da entrevista: