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Bolsonaro insiste na mentira sobre o Auxílio Emergencial

Bolsonaro foi às redes sociais no sábado (13), depois da live em que Lula e Janones falaram sobre a fragilidade do Auxílio Brasil, para acusar Lula de mentir. Ora, ora. Lula não mentiu. O que ele disse é verdade: a lei que aprovou o Auxílio Emergencial determina o fim do benefício em dezembro deste ano. Está é a verdade atestada em lei. O que Bolsonaro promete, não se escreve, aparentemente. É a famosa fake news espelho: Bolsonaro acusa Lula de mentiroso, quando na verdade, o mentiroso é o próprio Bolsonaro.

Na mesma live, Lula disse outra grande verdade. Destacou que somente uma pessoa comprometida com o povo, como ele, pode garantir que não acabará com o Auxílio Emergencial. É verdade. Lula cumpre o que promete. Por sua vez, as promessas de Bolsonaro são promessas vãs. Cadê o gás de cozinha a no máximo 35 reais? Cadê a gasolina a no máximo R$ 2,50? Cadê o governo sem corrupção?

Sabe quem tem palavra? Lula, que garante a continuidade do Auxílio Brasil em 2023. Aliás, desde maio de 2020 – ou seja, desde o início da pandemia – o PT propunha que o Auxílio Emergencial fosse de R$ 600.

A história do Auxílio Emergencial é um ótimo exemplo de como o bolsonarismo nunca se preocupou de verdade com a vida dos brasileiros. Só “embarcou” na ideia do Auxílio quando ele já era consenso em toda a sociedade. E ainda quis, como sempre, “sentar na janelinha” e levar méritos por algo que não construiu. 

Bolsonaro só aprovou Auxílio quando se tornou inevitável

Vamos lembrar. Lá longe, dia 11 de março de 2020, a OMS declarou a covid-19 uma pandemia global. A principal medida de proteção (naquele momento, não existiam vacinas e até as máscaras faltavam) da vida das pessoas era o isolamento social. Comércios e escolas fecharam e, de repente, milhões de brasileiros ficaram sem renda nenhuma. Naquele contexto, os partidos de esquerda e a oposição brigaram pelo valor maior do Auxílio Emergencial para os trabalhadores informais.

Aí entrou em campo o bolsonarismo. Insensível e desumano, Paulo Guedes queria dar R$ 200 de Auxílio. Isso mesmo. Era esse o valor que ele e Bolsonaro queriam dar ao povo faminto. Somente após muita luta da oposição no Congresso e mobilização da sociedade civil, o próprio governo aprovou a medida, tentando ficar com o “crédito”. 

Em abril de 2020 o benefício começou a ser pago: R$ 600 e R$ 1.200 para mães solo. A lei previa inicialmente três meses de pagamentos. Depois, foi sendo prorrogada até que, no fim do ano, por total incompetência do governo Bolsonaro, essas milhões de pessoas deixaram de receber o auxílio por três meses. De janeiro a março de 2021, ficaram à míngua. O benefício retornou naquele ano e seria prorrogado até novembro. 

Em novembro de 2021, uma Medida Provisória cheia de incertezas criou o Auxílio Brasil, o programa do bolsonarismo usado para substituir o Bolsa Família. Quem diria, não é mesmo? Bolsonaro em toda a sua carreira política condenou programas de transferência de renda. Atacou sistematicamente o Bolsa Família, ofendendo a dignidade dos beneficiários e insinuando que eram vagabundos, encostados, indignos.  

O programa começou oferecendo R$ 400 às 14,6 milhões de famílias que recebiam o Bolsa Família e deixou desassistidas 19 milhões de famílias que recebiam o Auxílio Emergencial mas não estavam no CadÚnico.

Ruim de serviço e sem uma proposta real de melhoria de vida das pessoas, Bolsonaro se esforçou em criar maneiras de gastar (muito) dinheiro público de forma (totalmente) eleitoreira.

Quem quer ajudar, ajuda desde o começo

Especialistas ouvidos pelo jornal O Globo trazem um raio-X da matemática eleitoreira de Bolsonaro. Se antes 14,6 milhões de famílias recebiam em média R$ 190 mensais com o Bolsa Família, a dois meses da eleição, 20,2 milhões de famílias passarão a receber R$ 600. São 56,4 milhões de brasileiros, 26% da população. E nem assim — nem assim — a vida do povo melhorou. A expansão do Auxílio contrasta com os sinais de empobrecimento nas maiores cidades do país, com aumento da população em situação de rua e de gente passando fome. 

O Auxílio Brasil de Bolsonaro serve para o Twitter mas, na vida real, não atende todos que precisam. Isso porque há falhas no desenho do programa bolsonarista, tais como como dificuldades no cadastramento e o uso de critérios de acesso desatualizados.

Por fim, a armadilha que irritou o Pinóquio da República segue armada. O benefício de R$ 600 será mantido somente até 31 de dezembro. Depois disso, o valor retornará para R$ 400 por família. Um escárnio que só quem não tem coração pode achar suficiente. 

É assim que Bolsonaro “cuida” do povo. Insensível, teve a coragem de vetar o aumento de verbas para merenda escolar. Você sabia? O valor não era reajustado desde 2017 e o aumento tinha sido aprovado pelo Congresso. Para ele, o que importa é o lacre.

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