Bolsonaro planeja cobrar mensalidade nas universidade federais

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Já está óbvio que a educação não é uma prioridade para Jair Bolsonaro. O candidato ameaça o ensino público desde a educação básica até o ensino superior.

A equipe de Bolsonaro defende a cobrança de mensalidade em universidades públicas do país, alegando gasto excessivo. Agora veja, o assessor para educação do candidato propõe a redução de mais de 50% no orçamento do ensino superior no Brasil. Se Bolsonaro for eleito as portas das universidade voltaram a ser fechadas na cara da juventude mais pobre do país que, nos anos dos governos petistas, vivenciaram a maior expansão de vagas no ensino superior da história do país.

De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Reinaldo Centoducatte, “isso não vai resolver o problema. Para começar, a estratégia se baseia em conceitos errados”, afirma. Estudo da Andifes divulgado em 2016 mostra que dois em cada três estudantes de universidades federais são de classe D e E. O trabalho, feito com base em entrevistas de 2014 com graduandos, mostrava que 66,2% dos alunos vinham de famílias cuja renda não ultrapassava 1,5 salário mínimo per capita.

Para ele, a medida pode reduzir o acesso ao ensino superior e, com isso, restringir as chances de o País se tornar competitivo. “As exigências no mercado de trabalho estão cada dia maiores. É preciso abrir, não fechar portas.”

A proposta de cobrança, que dependeria de uma emenda à constituição, já que a gratuidade do ensino é garantida constitucionalmente, em tese seria para os alunos de “maior renda” – apesar de não especificar a faixa de renda, o corte ou a possibilidade de disponibilização de bolsas.

O programa de governo de Bolsonaro propõe ensino à distância para crianças, especialmente para crianças do campo, como solução para as longas distâncias enfrentadas pelas crianças. Mas a solução Jair, sempre é mais educação, e não menos. Mais escolas, e não menos. Crianças devem ter um livro em uma mão e um giz na outra, e não armas nas mãos a partir dos cinco anos, como o senhor fez com os seus próprios filhos.