Prometeu, enrolou, e não cumpriu. Ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, instrumento que estabelece quais serão as metas e prioridades dos recursos públicos para o próximo ano, Bolsonaro enganou os policiais que integram as carreiras federais e vetou artigo que previa a reestruturação e a recomposição salarial da categoria, todas elas vinculadas o Ministério da Justiça: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Penal Federal.
Bolsonaro, que nas eleições de 2018 se ancorou no discurso anticorrupção, reservou R$ 19 bilhões em emendas parlamentares, conhecidas como “orçamento secreto”, apontada por especialistas como ferramenta que institucionalizou o desvio de dinheiro.
O senador Humberto Costa (PT-PE) foi enfático ao comentar a decisão. “Bolsonaro diz que defende os policiais, mas vetou o aumento da categoria aprovado no Congresso. Ele também diz que defende a família, mas negou verba para melhorar a merenda das crianças de todo Brasil. Falta dinheiro para tudo no país, menos para o Centrão”, declarou.
Valorização dos servidores
O ex-presidente Lula vai recriar a mesa de negociação permanente com todas as categorias de servidores públicos, que foi extinta por Bolsonaro. Para a Coligação Brasil da Esperança, é imprescindível a valorização dos policiais. “A valorização do profissional de segurança pública será um princípio orientador de todas as políticas públicas da área. Serão implementados canais de escuta e diálogo com os profissionais, programas de atenção biopsicossocial, e ações de promoção e garantia do respeito das suas identidades e diversidades”, diz o programa de governo.
Como apontou o jornal Estadão, inclusive, o ex-ministro Aloizio Mercadante, que é coordenador do Programa de governo da chapa Lula-Alckmin, já se reuniu com representantes de mais de 30 categorias de servidores no mês passado e agora organiza encontros segmentados, incluindo policiais.