Meus amigos e minhas amigas.
Estamos a seis dias da eleição mais importante das nossas vidas.
Uma eleição que pode pôr fim à guerra que tomou conta deste país desde a chegada do atual presidente ao poder. Uma guerra que dividiu famílias. Que transformou velhos amigos em inimigos. Que fez até mesmo irmão atirar em irmão dentro da igreja.
Isso precisa acabar. E quanto antes, melhor.
O Brasil não tem guerra com nenhum outro país. Não faz sentido brigarmos entre a gente. Não somos dois países divididos por um muro intransponível de concreto e intolerância. Somos um único país, uma grande nação.
Falamos a mesma língua, somos personagens da mesma história. Amamos a mesma bandeira e o mesmo verde e amarelo, que não pertencem a esse ou àquele candidato, e sim ao povo brasileiro.
Precisamos de paz para trabalhar, estudar, passear, namorar, criar nossos filhos. O Brasil precisa de união. E é em nome dessa união que nós estamos aqui.
Estamos aqui em nome daqueles que já não podem estar, porque foram vítimas da Covid e da violência.
Estamos aqui também em nome daqueles que ainda virão, e que não merecem nascer e viver entre as ruínas de um país arrasado pelo ódio e pela desesperança.
Somos filhos e filhas do amor e da esperança, duas palavras eternizadas no hino mais bonito do mundo: o Hino Nacional Brasileiro.
E é sobre os alicerces do amor e da esperança que nós vamos erguer de novo este país.
Este é o meu primeiro compromisso com o povo brasileiro: trazer de volta a paz, a união, a prosperidade, o amor e a esperança.
Minhas amigas e meus amigos.
Nunca me canso de repetir a lição do nosso grande mestre Paulo Freire: “É preciso unir os divergentes, para melhor enfrentar os antagônicos.”
Quando em abril deste ano convidei o Alckmin para ser meu candidato a vice, muita gente achou estranho, porque pensou que nós éramos inimigos.
Mas a verdade é que eu e o Alckmin nunca fomos inimigos. Fomos adversários, e um dia nos sentamos para conversar, botamos as divergências na mesa, e chegamos à conclusão de que devíamos nos unir em nome de uma causa muito maior: a pacificação e a reconstrução do Brasil.
E de lá para cá, esse movimento de união só fez crescer. No início éramos apenas três partidos. Hoje somos dez. Fomos ganhando cada vez mais adesões de outras forças políticas, inclusive de ex-candidatos a presidente que em alguns momentos foram adversários do PT.
Nunca antes na história deste país tantos partidos, movimentos populares, sindicatos, centrais sindicais, associações de classe, trabalhadores, empresários, profissionais liberais, artistas, intelectuais, atletas, pessoas de diferentes cores, religiões, orientações sexuais e preferências políticas se uniram já no primeiro turno de uma eleição, para dizer:
Basta de tanto ódio, de tanta destruição, de tantas mentiras, de tanto sofrimento e de tantas mortes. Nós vamos agora mesmo, no dia 2 de outubro, reconstruir o país que sonhamos e no qual merecemos viver e criar nossos filhos.
Meus amigos e minhas amigas.
33 milhões de brasileiros e brasileiras não têm sequer um prato de arroz com feijão, ou um copo de leite e um pedaço de pão para dar aos filhos. 10 milhões estão desempregados e 39 milhões vivem na informalidade.
Todas essas pessoas têm uma coisa em comum, além de serem vítimas do sofrimento imposto pelo atual governo: elas nunca perderam a esperança, porque sabem que a dor – por mais tempo que dure – é passageira. E porque já viram este país renascer das cinzas, e sabem que seremos capazes de reconstruir outra vez o Brasil.
E não há força maior no mundo que a esperança de um povo que sabe que vai voltar a ser feliz.
Nós vamos de novo acabar com a fome no Brasil. E ela nunca mais voltará a assombrar os lares das famílias brasileiras.
O povo sabe que a volta da fome, o desemprego recorde, a inflação fora de controle, os preços abusivos dos alimentos, do gás e da energia elétrica, a destruição das políticas de inclusão, o endividamento das famílias e a violência política, todo esse sofrimento provocado pelo atual governo faz parte de uma das páginas mais infelizes da nossa história.
E nós vamos juntos reescrever a história.
Minhas amigas e meus amigos.
Em vez de promessas de campanha, apresento compromissos. Tenho como avalista o extraordinário legado dos nossos governos.
Nós tiramos 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza. Criamos 22 milhões de empregos com direitos garantidos.
Elevamos o Brasil ao posto de sexta maior economia do mundo. Pagamos a dívida com o FMI, e nos tornamos credores do Fundo. Deixamos 370 bilhões de dólares em reservas, e foi graças a isso que o Brasil não quebrou, apesar da incompetência do atual governo.
Nos tornamos respeitados internacionalmente pela nossa política externa ativa e altiva, e pelas nossas políticas de inclusão social que se tornaram referência para diversos países.
Esse tempo vai voltar. E o Brasil será novamente um país soberano. E soberania é mais do que cumprir a importante missão de defender nosso território e nossas fronteiras. É, antes de tudo, defender o povo brasileiro.
Sei que é preciso fazer muito mais, reconstruir um país devastado por um presidente incompetente e desumano, que não sabe governar e foi incapaz de derramar uma lágrima sequer pelos mais de 680 mil brasileiros mortos pela Covid e pela irresponsabilidade criminosa de seu governo.
O desafio é imenso. Mas tenho a experiência de quem já fez uma vez, e a consciência de quem pode e vai fazer ainda mais e melhor. E não estou sozinho, mas sim cercado das pessoas mais competentes e comprometidas com o Brasil e o povo brasileiro.
Vamos voltar a investir em infraestrutura para melhorar a vida do povo brasileiro. Vamos retomar o Minha Casa Minha Vida, e gerar de novo milhões de empregos com carteira assinada.
Vamos fortalecer outra vez o salário-mínimo, dando aumento real, acima da inflação.
Vamos garantir o Bolsa Família de 600 reais, com mais 150 reais para cada criança de até 6 anos.
70% das famílias brasileiras estão endividadas. Vamos renegociar essas dívidas para limpar o nome de quem hoje está no Serasa e no SPC.
Vamos corrigir as distorções do imposto de renda. Hoje quem ganha menos é que paga mais. E essa injustiça prejudica sobretudo a classe média, penalizada também pela queda de seu poder de compra e pelos preços abusivos dos planos de saúde e das mensalidades escolares.
Vamos voltar a investir nos pequenos e médios produtores rurais e na agricultura familiar, para garantir a produção de alimentos saudáveis, de melhor qualidade e mais baratos.
Vamos oferecer crédito a juros baixos para quem quiser empreender, e vamos assegurar os direitos dos trabalhadores de aplicativos.
E os bancos públicos voltarão a financiar o micronegócio e as pequenas e médias empresas.
As nossas crianças vão voltar a ter merenda de qualidade, em grande parte comprada de agricultores familiares e de pequenos produtores rurais, como acontecia nos nossos governos.
Nossas crianças não querem comer bolacha seca, não querem ser obrigadas a dividir um único ovo com outras crianças. Elas querem, e vão voltar, a comer tudo aquilo que têm direito.
Nós vamos investir em creches e ensino em tempo integral. E o ensino técnico profissionalizante voltará a ser prioridade.
A universidade tem que ser para todos e todas que desejarem. Vamos fortalecer o Enem, o Prouni e o Fies e garantir a lei de cotas.
É inaceitável que num país da grandeza do Brasil, o sonho da juventude seja ir embora para o exterior em busca de oportunidades que hoje lhe são negadas.
Vamos levar internet a todos os cantos do Brasil. Vamos fazer uma revolução digital, e este será um país totalmente conectado.
Vamos retomar e ampliar as boas políticas de saúde que fizemos nos nossos governos: o Samu, as UPAs, o Farmácia Popular e o Saúde da Família serão fortalecidos.
E vamos garantir aos usuários do SUS o acesso a consultas com médicos especialistas. É inaceitável que uma pessoa receba o diagnóstico de alguma doença grave, e tenha que esperar até 8 meses para ser atendida por um especialista, enquanto a doença aos poucos lhe consome a vida.
Ninguém mais morrerá por falta de vacina, de remédio e de oxigênio neste país.
Meus amigos e minhas amigas.
Nós vamos governar para todos, mas com atenção especial para os que mais precisam. Ou melhor: governar é pouco, nós vamos cuidar com muito carinho do Brasil e das famílias brasileiras.
Chega de desvio de recursos dos medicamentos, do combate à violência contra as mulheres, do tratamento para o câncer e da merenda das crianças, para alimentar o orçamento secreto do Centrão.
Não haverá sigilo nas contas públicas. Nem de 100 anos, nem de 10 anos, nem de 1 dia. O Portal da Transparência voltará a funcionar, e a Lei de Acesso à Informação será cumprida.
Vamos fortalecer as empresas nacionais estratégicas, a exemplo da Petrobras, que pertence ao povo brasileiro.
Vamos cuidar da Amazônia e de todos os nossos biomas, recuperando os órgãos de preservação e fiscalização, como o Ibama, o ICMBio, o Inpe, o Conama e a Funai.
Vamos cuidar com carinho de um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, que é a cultura.
A cultura será tratada como um bem de primeira necessidade, porque ela alimenta nossas almas. Nós precisamos de música, cinema, teatro, dança, artes plásticas. Nós precisamos de mais livros em vez de armas.
Vamos recriar o Ministério da Cultura, e criar comitês culturais em cada capital deste país. Para que a cultura seja de novo reconhecida como fonte de geração de emprego e renda.
Vamos também trazer de volta o Ministério da Igualdade Racial e o Ministério das Mulheres. E vamos criar o Ministério dos Povos Originários.
Que fique bem claro: não haverá garimpo ou qualquer atividade ilegal em área indígena.
Minhas amigas e meus amigos.
Estamos a um passo da vitória em 2 de outubro. Falta um tiquinho. Nestes poucos dias que restam, é preciso trabalhar para conquistar o voto de todas e de todos aqueles que amam a democracia.
Digo sempre que a democracia não é um pacto de silêncio. Ela é ruidosa, ela é barulhenta, porque nela ecoam muitas vozes. E é em defesa da democracia que tantas vozes estão hoje reunidas.
Chego à reta final desta campanha feliz como poucas vezes na vida. Primeiro porque pude voltar a andar por este país, abraçando, conversando, ouvindo o povo brasileiro, olhando bem dentro dos olhos de homens e mulheres de todos os cantos do Brasil.
E o que ouvi, e o que vi nos olhos desse povo foi o brilho da esperança.
Estou também especialmente feliz porque a nossa campanha veio confirmar aquilo que eu disse no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, antes de me apresentar à Polícia Federal:
“Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas. Mas jamais serão capazes de deter a chegada da primavera.”
E a primavera chegou. Chegou no calendário, chegou na paisagem, e chegou também no coração do povo brasileiro. E é com a primavera no peito que nós vamos às urnas no dia 2 de outubro.
Quero terminar dizendo, olho no olho de cada brasileiro e de cada brasileira: no dia 2 de outubro, você é a pessoa mais importante deste país.
É você quem vai decidir não apenas o seu futuro, mas o futuro de 215 milhões de homens, mulheres e crianças.
O tempo do ódio, da guerra, da discórdia e da desunião está chegando ao fim. Cabe a nós inaugurarmos um novo tempo. Um tempo de paz, democracia, união, prosperidade, amor e esperança.
Um grande abraço, e que Deus continue a iluminar nossa jornada.
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