“Buscamos uma parceria com a África que se desenvolva sob o lema da solidariedade”, diz Patriota

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“O Brasil quer estar junto com a África nesse momento positivo do continente”. Foi com essa afirmação que Antônio Patriota, ministro das Relações Exteriores do Brasil, abriu o seminário As Relações do Brasil com a África, a Nova Fronteira do Capitalismo Global, que está sendo realizado hoje (22) pelo jornal Valor Econômico na Confederação Nacional das Indústrias, em Brasília. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falará no encerramento do evento.

“O continente africano é objeto de interesse genuíno não só do Governo Brasileiro, mas também de empresários e da sociedade civil como um todo. E é justamente sob a ótica desse interesse amplo e diversificado que pretendemos intensificar as relações com a África”, disse o ministro. “Queremos estar cada vez mais presentes na política, na esfera empresarial, da cooperação técnica e  na ajuda humanitária. Buscamos uma forma de parceria que se desenvolva sobre o lema da solidariedade e que promova uma reconciliação com nossa própria história”, disse Patriota.

Segundo o ministro, hoje não são apenas as grandes companhias brasileiras que estão olhando para o continente africano. Empresas pequenas e médias também começam a olhar para a África como uma oportunidade real – e muitas vezes agem até mais rápido do que o governo. “Recentemente anunciamos a abertura de uma embaixada no Maláui. Quando o novo embaixador se instalar em Lolongwe, já encontrará lá alguns empresários brasileiros operando no país”, exemplificou Patriota.

O ministro destacou que, apesar de o comércio entre o Brasil e  África ter aumentado cinco vezes em uma década, apenas 5% das exportações brasileiras destinam-se aos países da África. Patriota destacou ações concretas que vêm sendo empreendidas para aumentar esse fluxo. Uma delas é o perdão de dívidas antigas do Brasil com nações africanas, que impede que empresas interessadas em se internacionalizar tenham acesso a financiamento.  De acordo com o ministro, Gabão, Senegal, São Tomé e Príncipe e Sudão já tiveram dívidas perdoadas e países como Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Tanzânia e Zâmbia estão com processos em andamento.

Outra ação importante é a abertura de novos vôos ligando América do Sul e a África. Nesse sentido, há duas iniciativas pioneiras: a partir de julho, a Ethiopian Airlines irá inaugurar um vôo que liga São Paulo a Adis Abeba (Etiópia), com escala em Lomé (Togo) e a GOL passará a operar o trajeto Recife – Lagos (Nigéria). “O Atlântico Sul está deixando de ser um oceano que nos distancia para se tornar um riacho que nos aproxima”, finalizou Patriota.