Caetano e Gil condenam assassinato de capoeirista por eleitor de Bolsonaro

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O capoeirista Moa do Katendê, de 63 anos, foi covardemente assassinado com 12 facadas por um eleitor de Bolsonaro, em Salvador, na madrugada da última segunda feira (8).

O compositor e mestre capoeirista estava estava em um bar perto de casa, na comunidade do Dique Pequeno, no Engenho Velho de Brotas, quando o autor do crime chegou e começou uma discussão após, aos gritos, declarar seu apoio a Bolsonaro. Após uma discussão sobre política, foi morto.

Caetano Veloso, em vídeo publicado pelo jornal O Globo, nesta terça feira (9/10), lamentou a morte do mestre de capoeira Moa do Katendê. “O assassinato de Moa do Katendê é um sinal de que a gente não deve seguir com força no caminho que as pessoas ilusoriamente pensam que é a superação, quando é atraso. É volta. É medo da responsabilidade e da civilização”, disse Caetano.

Já Gilberto Gil, em seu perfil no Facebook, postou um foto com o artista lamentando o assassinato.

“Mestre Moa do Catendê foi morto ontem, em Salvador, por um homem tomado de fúria assassina em meio a uma discussão sobre as eleições que acabavam de acontecer.

Com ele um sobrinho seu que se encontra num hospital em estado grave. Ele, homem de dedicada atuação entre as comunidades da cultura popular da cidade, foi o idealizador do bloco Afoxé Badauê que encantou os carnavais de rua da Bahia, alguns anos atrás. Torna-se uma das primeiras vítimas fatais dessa devastadora onda de ódio e intolerância que nos assalta nesses dias de hoje.

Nosso luto e nossa esperança de que a sua imolação não tenho sido em vão e que nos ajude a encontrar a pacificação logo ali adiante!”

Manuela D’Ávila, candidata à vice-presidência também compartilhou o relato emocionante do cantor

Môa do Katendê nasceu em Salvador (BA) e era um artista ligado às tradições afro-baianas. Compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador. Em 1977, consagrou-se campeão do Festival da Canção Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, e em Maio de 1978 fundou o “Afoxé “Badauê”, que desfilou pela primeira vez no ano seguinte e tornou-se campeão do carnaval na categoria de afoxé.

Em 1995 com a união de colegas e admiradores da cultura afro-brasileira, surge o grupo de afoxé “Amigos de Katendê”. Foi membro da Associação Brasileira de Capoeira Angola, discípulo de mestre Bobó de Pastinha.